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[Conto] – Lembro-me

por Barbara Andrade
19 minutos de leitura

Lembro-me

Lembro-me de sentar à mesa e jantar com aquelas pessoas.

Lembro-me dos assuntos aleatórios que surgiam.

Lembro-me que muitas vezes alguém se dirigia a mim com comentários que me davam náuseas. “A batata da mamãe está boa hoje, não está?”, “como foi sua semana?”, “quer mais sobremesa?”. Lembro-me que preferia morrer a responder qualquer daquelas indagações sem sentido. Lembro-me de querer sair dali e correr para o mais longe possível. Desaparecer e nunca mais ser obrigado a olhar para aquela cena ridícula que, segundo a assistente social, era a representação perfeita de uma família. E o melhor! Lembro-me de desejar que aquelas pessoas morressem ali, diante de meus olhos, uma a uma. Imaginava o sangue escorrendo de seus corpos sem vida e se misturando aos pratos com restos de comida e aos talheres. Imaginava o sangue pingando no chão, salpicando o cachorro tão branquinho. Pensei o quão bonitinho ele ficaria com seus pelos nas cores branco e vermelho. Pensava em atrocidades. Pensava, pensava e pensava! Não conseguia controlar os pensamentos. Minha cabeça parecia que ia explodir. Naquela noite, apenas subi para o quarto sem dizer uma única palavra.

Os adultos me chamavam de filho e as crianças, de irmão. Mas, eu não era nada disso. Eu era apenas alguém que há muito fora abandonado na lixeira em frente a uma casa no inverno mais frio dos últimos anos. Eu ainda era aquele bebê, que nem a família que encontrou aos berros quis adotar. Lembro-me. Fui levado para uma casa enorme cheia de outras crianças que os pais também não quiseram. Lá, passei oito anos da minha vida. Quando fecho os olhos, ainda sou capaz de voltar às noites que passei naquele lugar. Lembro-me de chorar à noite quando ouvia alguém bater à porta do meu quarto que ficava na ala norte do orfanato. No começo, eu sempre abria, mas nunca havia ninguém do outro lado. Lembro-me de ouvir as crianças mais velhas contarem que uma lenda cercava o local. Diziam que há muitos anos uma parte do casarão havia pegado fogo. Que a energia elétrica ainda não existia na região e uma vela causara as chamas que em questão de minutos, tomou conta do local. Diziam que muitas pessoas morreram na tragédia e que o local ficou fechado por décadas. Eu sempre sentia presenças invisíveis naquele lugar. Com o tempo, passei a não mais ter medo.

Lembro-me que uma noite uma criança entrou no meu quarto e me perguntou se eu queria dar uma volta. Disse-me que queria me mostrar o local exato onde seu pequeno corpo de apenas dois aninhos foi consumido pelas chamas, mas ela não se lembrava da dor porque morreu asfixiada pela fumaça que se espalhou rapidamente pelo local. Lembro-me de ajudar meninos e meninas que, por mais estranho que pareça, somente eu via. Às vezes, pediam apenas que eu pegasse um brinquedo para elas, outras, queriam a minha atenção. Sempre pensava o quão solitárias aquelas crianças eram, sem ninguém para brincar, sem nada para fazer a não ser vagar pelos corredores do casarão. Certa vez, perguntei para um garotinho que aparentava ser pouco mais velho do que eu: – Porque você não vai ao pátio para se divertir? Lá tem um montão de crianças. – disse eu sorrindo.

— Não posso sair da ala norte desta casa. Se pudesse ir a algum lugar, eu ficaria muito feliz. – respondeu Allan com um tom nostálgico na voz. Já éramos amigos há uns dois meses e ele só brincava comigo. Parecia que ninguém mais notava sua presença. Uma vez, um menino me perguntou se eu não batia bem da cabeça porque estava brincando e falando sozinho. Eu respondi que estava brincando com o Allan. Ele riu muito e depois saiu de perto de mim. Fiquei sem entender. Depois o louco sou eu, pensei.

Sempre fui uma criança esperta e, segundo os professores, mais inteligente do que a maioria dos meus colegas. Mas, com o passar dos meses, minha amizade com Allan acabou por me afastar dos colegas que moravam no orfanato. Passei a ser o estranho do lugar. Os mais novos me evitavam. Os mais velhos, riam de mim e me chamavam de louco. Em pouco tempo, eu era sozinho. Andava pelos corredores e fazia as refeições sem companhia. Só tinha amigos quando chegava à ala norte e passei a ficar por lá durante grande parte do dia. A exclusão da minha convivência com outros alunos despertou a preocupação dos adultos que cuidavam de nós. Martha, a diretora, me apresentou a senhorita Charlote, a psicóloga voluntária que ajudava as crianças que tinham maior dificuldade de socialização. No começo, eu até gostava de conversar com ela, mas depois de algumas semanas ela passou a insistir que o Allan era parte de minha imaginação e que ele não existia. Lembro-me que passei a odiar aquela mulher. Não queria mais vê-la e, mesmo assim, ela insistia em me ver, o que também começou a irritar Allan, um menino de personalidade ímpar, mas que se irritava com uma facilidade surpreendente. Durante uma conversa com Allan, ele me encorajou a fazer com que as sessões de terapia parassem. – Você precisa parar de ver essa mulher. – sussurrou durante uma de nossas conversas de corredor.  

—Sim! Eu sei! O problema é que a diretora não quer deixar. Ela disse que a terapia vai me fazer muito bem. – expliquei para ele na intenção de acalmar sua irritação que só crescia. Allan respondeu um quase inaudível “mate-a”, o que fez minha espinha congelar. Muitas sensações tomaram conta do meu corpo e parecia que alguém tinha me dado um soco no estômago. Sem perceber, um sorriso brotou nos meus lábios e se transformou em uma risada estridente. Aquela ideia só podia ser brincadeira, pensei. No fim, meu amigo me convenceu a atentar contra a vida da senhorita Charlote e até me disse como fazer.

Na manhã seguinte, fui até a cozinha e peguei uma faca. Como sempre fui um menino de ouro, o cozinheiro, senhor Alberto, nem se preocupou quando cheguei para conversar com ele. Pelo contrário, ele se mostrou bem feliz, já que eu andava sumido de lá. Lembro-me de ter pensado: Quanta irresponsabilidade essa faca bem aqui em cima da mesa. Bom para mim! Fiquei conversando com o senhor Alberto por mais alguns minutos já com a faca bem escondida na parte de trás da cintura. Sai de lá e fui direto para a sala da senhorita Charlote. Meu maior medo era ser descoberto, mas Allan havia me dado instruções para evitar contratempos. Observei a senhorita Charlote sair de sua sala, que, graças aos deuses, ficava num corredor bem pouco movimentado na área oeste do casarão. Ela conversava distraidamente ao telefone enquanto caminhava. Mais uma vez, agradeci aos deuses e fui a passos largos e silenciosos em sua direção. Peguei a faca e com um único golpe perfurei uma região logo acima de sua cintura. Ela gritou com a dor quando girei a faca e empurrei um pouco mais. Antes de cair de joelhos, a senhorita Charlote se virou e me encarou com olhos vidrados de medo. Entrei em pânico. Dei meia volta e sai correndo. Meus pensamentos não paravam de se debater dentro da minha cabeça. Ela me viu, ela me viu! Fui muito burro em aceitar isso. O plano só podia ser um fracasso. Só parei de correr depois que entrei em meu quarto. Comecei a chorar e a chamar por Allan, que não veio ao meu encontro.

Por horas, fiquei encolhido no canto do quarto, pensamentos e coração pulsando no mesmo ritmo. Os microfones instalados nos cantos altos das paredes anunciaram que a diretora tinha algo importante para contar aos moradores do orfanato. Entrei outra vez em pânico, mas respirei fundo por mais alguns minutos e me levantei. Fui a passos lentos até o refeitório onde grande parte das pessoas já estava reunida.

— Silêncio! – chamou a diretora. As conversas altas se transformaram em poucos sussurros. Lembro-me que ao olhar para a senhora Martha, percebi que ela parecia ter chorado. Aguardei. – Acabamos de ser informados que a senhorita Charlote não poderá mais trabalhar aqui no orfanato. – A diretora respirou fundo e disse aquilo que eu mais queria ouvir. – Infelizmente, ela foi morar no céu. – Os gritos de horror e os choros tomaram conta do espaço. Minhas pernas fraquejaram e eu cai de joelhos. – Mantenham a calma. Precisamos ter calma. – berrou a diretora. Ela estava fora de si, mas precisava controlar a balbúrdia. Me senti a pior pessoa do mundo porque a única coisa que me assustava era a possibilidade de a psicóloga ter contado a alguém que fui eu quem a atacou. Não me importei muito com aquela morte. Aquela mulher não parava de te encher com conselhos e frases de autoajuda que não ajudavam em nada, pensei.

Depois de muitos minutos, a diretora conseguiu controlar parcialmente a confusão e acrescentou: – Peço aos mais velhos que cuidem das crianças mais novas e tentem acalmá-las. A partir de amanhã, teremos visitas frequentes da polícia que irá investigar o que aconteceu com a senhorita Charlote. – Ela nos dispensou com um gesto e voltou para sua sala. Senti um alívio tão grande que poderia voar se desejasse. Mais tarde, em fofocas de corredores, ficamos sabendo que a senhorita Charlote foi encontrada caída perto de sua sala com uma faca atravessada no corpo. Ninguém sabia quem havia feito aquilo. Agradeci aos deuses mais uma vez quando ouvi de um policial que os corredores da área oeste não tinham câmeras de segurança, o que dificultaria ainda mais a solução do caso.

Lembro-me que nos dias que seguiram a morte da senhorita Charlote, Allan desapareceu e o orfanato começou a receber um número muito maior de pessoas querendo adotar as crianças. Ouvi que elas queriam tirar as crianças daquele local de crime, onde um assassino se escondia. A polícia tentava impedir as visitas, mas depois entendeu que quanto menos crianças ali vivessem melhor e mais seguro para as investigações. Eu não queria sair de lá. Me sentia vivo e feliz por estar ali, por ser o responsável por toda aquela movimentação. Sentia falta de Allan, mas havia percebido que não precisava dele para ser quem eu queria ser. Queria ser livre. Queria poder arrancar os olhos daquele menino que tomou meu carrinho quando eu ainda era uma criança de dois anos. Não precisava de Allan me dizendo o que fazer. Sabia que tinha nascido para ter aquela sensação que senti logo após ter matado a senhorita Charlote, um misto de pânico e prazer. Sorri com o pensamento.

Na manhã do dia 5 de agosto, a diretora me chamou em sua sala. Senti um frio na barriga, mas mantive um sorriso no rosto e fui até lá. Quando abri a porta, me vi de frente para a diretora e um grupo de pessoas que conversavam alegremente.

—Olá, Andrew. Quero apresentar algumas pessoas a você. – A diretora me disse o nome delas e eu nem tive o trabalho de prestar atenção. A única coisa que eu sabia era que eles estavam ali para me adotar e eu não queria. Não podia deixar que isso acontecesse. – Hello! – Disse a diretora sacudindo a mão na frente do meu rosto, tentando chamar minha atenção. Esbocei um sorriso que com certeza mais pareceu uma careta e disse um “oi” com uma voz estranha até mesmo para mim.

A conversa continuou animadamente entre aquelas pessoas que tentavam me colocar no assunto e eu, só pensava em correr para meu quarto e planejar algo para não ter que me mudar. Quando enfim todos se foram, a diretora me chamou e me explicou que eu podia ficar feliz porque é muito difícil uma família se interessar por uma criança mais velha como eu, que já estava para completar nove anos. Balancei a cabeça e disse a ela que precisava ir ao banheiro. Saí pelo corredor querendo matar quem cruzasse meu caminho. Pensamentos homicidas circulavam minha cabeça e eu precisava fazer alguma coisa. Agora, mais do que nunca, eu queria que as pessoas soubessem que eu não era um bom menino para se adotar. Precisava pensar. Fui à biblioteca. Há meses, não ia até aquele lugar que fedia a mofo, mas que já fora meu cantinho favorito no casarão. Assim que entrei no espaço, tive um pensamento e pedi a bibliotecária que me mostrasse onde ficavam os arquivos antigos do orfanato.

Comecei a folhear revistas, livros e jornais velhos e encontrei alguns que me interessaram muito: “Ala de orfanato pega fogo e mata 13 crianças e cinco adultos”. “Tragédia: ainda são desconhecidas as causas de incêndio em orfanato”. “Polícia não descarta incêndio criminoso em orfanato”. “Vela teria causado incêndio em orfanato”. “Criança é suspeita de incendiar ala de orfanato”. Fiquei paralisado por muitos segundos olhando aquela última manchete. Antes de abrir para ler a reportagem, já imaginava o que me esperava: “O aluno Allan Diaz, de apenas nove anos, é o principal suspeito de começar o incêndio que matou 18 pessoas entre crianças e adultos no orfanato Santa Cecília. Testemunhas disseram que ele era uma criança muito revoltada e que instantes antes da tragédia pegou uma vela e disse que iria realizar seu sonho de matar aquelas pessoas que ele tanto odiava. As crianças acharam que Allan estava apenas brincando, já que não era sua primeira crise…”. Parei de ler e fiquei em transe. Um sorriso brotou no canto direito do meu lábio e decidi o que faria para não ter que ser adotado. Seguiria os passos do meu amigo e ninguém teria coragem de me adotar. Que pena que Allan não conseguiu se salvar. Ele seria uma lenda viva, pensei antes de sair da biblioteca.

Quando cheguei ao quarto, chamei por Allan e, mais uma vez, fui surpreendido pelo silêncio. Ele se fora para sempre, mas havia deixado seu legado. Sentei no canto do quarto e planejei o que faria. Colocaria fogo na ala norte novamente e queria que todos soubessem que eu era o responsável pelas chamas. Passei horas pensando em como causaria aquela tragédia. O principal era não morrer. Eu não queria e nem podia morrer. Precisava ser mais esperto que Allan nesse ponto. Meus devaneios foram interrompidos pela voz da diretora que chamava meu nome pelos alto falantes. Que droga! De novo! Cheguei a sala da diretora e fui recebido por um sorriso extremamente exagerado, seguido por uma péssima notícia.

—A família que veio aqui hoje mais cedo acabou de me ligar e vão entrar com a papelada para sua adoção. – Perdi o equilíbrio, me esforcei para respirar, achei que ia morrer. – Como você sempre foi um bom menino, conseguimos uma liberação para que você passe um tempo com a família ainda sem que a adoção seja concluída. Será uma espécie de experiência familiar. A família vem te buscar no início da manhã e você vai ser acompanhado de perto pela assistente social. –  A animação da diretora me deu vontade de matá-la com a caneta que estava em cima da mesa. Imaginei a caneta enfiada em sua garganta e o sangue jorrando enquanto ela se esforçava para respirar. Respondi com um simples sorriso que se recusava a se formar em meus lábios. Saí da sala em pânico. Sabia que nenhuma daquelas crianças que ali morava se recusariam a ter uma família. Sabia também que grande parte delas nem sentiria minha falta. Não me importava com isso. A única coisa que me importava era que naquela noite eu precisava colocar meu plano em ação. Mas como? As crianças não tinham acesso a nada que tivesse relação com o fogo. Não podia ir até a cozinha, fiquei com medo de o cozinheiro associar de alguma maneira minha última visita inusitada com a morte da senhorita Charlote. Pensei, pensei e desisti. Teria que pensar em outro plano.

Na manhã seguinte, a família com seus quatro membros chegou ao orfanato para me buscar para aquela “experiência”. Eu teria meu próprio quarto, amor de mãe, de pai e de irmãos. Teria um cachorro. Teria uma escola. Ouvi tudo isso sem dizer uma única palavra. Queria que aquele carro batesse e só eu fosse sobrevivente da tragédia. Pensei que aquilo era algo com probabilidade quase zero. Lembro-me de pisar na minha nova casa e decidir o que faria. Seria livre novamente!

 Naquela noite, apenas subi para o quarto sem dizer uma única palavra. Aquela família se esforçava para me fazer “sentir parte”, mas eu não era aquilo, não podia deixar que eles me moldassem. Eu já havia decidido que era livre. Allan havia me mostrado que eu era capaz de me livrar das coisas que me prendiam. Na última sessão antes de matá-la, eu disse a ela! Eu disse a todos os meus amigos! Eu disse ao Allan! Eu disse que não queria uma família! Eu disse que as coisas que passavam na minha cabeça não deveriam ser expostas para o mundo. Eu avisei! A culpa não é minha se ninguém me ouviu…

Naquela madrugada, as luzes e os barulhos noturnos entravam pela janela do meu quarto e eu estava mais agitado do que o normal. Não aguentava mais aquela situação. Não aguentava aquelas pessoas. Me levantei e caminhei em silêncio até a cozinha. No caminho, olhei na greta da porta onde os adultos dormiam pesadamente. As crianças, ambas mais novas que eu, dormiam juntas no quarto ao lado. Fazendo o mínimo de barulho possível, procurei alguma coisa com o que eu pudesse matar os dois adultos antes que eles pudessem reagir. Contra as crianças, eu tinha chances. Já se os adultos acordassem, eles me impediriam e eu ainda estaria em maus bocados. Lembrei de Allan e da maneira como ele ateou fogo no orfanato. Era essa a minha chance. Se eu colocasse fogo na casa, provavelmente, as pessoas não teriam tempo de sair, já que estavam dormindo.

Desci as escadas, procurei por uma caixa de fósforos e um litro de álcool. O fósforo foi fácil encontrar, tive mais trabalho com o álcool que a mulher guardava num armário no canto da cozinha junto com as vassouras e os produtos de limpeza. Planejei como iria agir. Primeiro, espalhei o máximo de álcool pelas cortinas e também pelo carpete vermelho vivo do corredor onde os quartos ficavam. Comecei a riscar os fósforos e jogar no chão. O fogo foi ganhando corpo e ficando mais espesso à medida que se espalhava pelo chão do corredor e subia pelas paredes. Fiquei assustado com o quanto a fumaça se espalhou rápido. Corri pelas escadas e cheguei a sala já com dificuldades para respirar. Pensei que, provavelmente, fora isso o que acontecera com Allan. Ele deve ter desmaiado antes de conseguir escapar. Saí pela porta em disparada sem olhar para trás. Precisava me afastar daquele lugar o mais rápido possível. Em breve, os vizinhos iam começar a notar que algo estava errado e a família podia também acordar e pedir por socorro.

Só parei de correr quando já não mais tinha fôlego. Sentei debaixo de uma árvore e fiquei observando o céu ganhando tons diferentes à medida que o amanhecer ia chegando. Sorri para mim mesmo. Me sentia bem, feliz, realizado. Na verdade, nunca antes me sentira tão bem assim.

No dia seguinte, coloquei a touca da blusa de frio e fui caminhar para tentar conseguir comida na cidade. Passei próximo a uma banca de jornais e revistas. Observei por alguns minutos e encontrei o que meu coração ansiava em ler. Em um dos jornais havia uma pequena notícia no canto inferior da página: “Único sobrevivente de incêndio afirma que o filho adotivo foi o responsável pelas mortes de seus dois filhos e de sua esposa”. Meu sorriso ficou ainda maior e me senti leve.

Naquele momento, eu poderia voar se assim desejasse. Apenas uma coisa me incomodava.

O Allan conseguiu várias manchetes, textos grandes e de destaque. Aquele maldito! Me venceu desta vez!

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