CHICO, SE TU ME QUISERES, SOU DESSAS MULHERES, QUE VOCÊ VAI TER QUE RESPEITAR!
Uma manhã de terça-feira, quente e monótona como um dia qualquer. Até que entro no Twitter e tá lá o assunto mais comentado: Luísa Sonza TRAÍDA!
A mesma Luísa que há poucas semanas fez uma das declarações de amor mais lindas que já vi, para o seu então namorado, Chico.
Ela simplesmente compôs e cantou no The Town, um dos maiores festivais musicais do país, que reuniu cerca de 100 mil pessoas de todos os cantos do Brasil, uma canção doce, cheia de amor, que levou muitos críticos musicais a discorrer sobre o assunto a semana toda.
Chico por sua vez, assistiu à namorada se declarando para ele no meio daquela multidão, com aquela carinha de bobo apaixonado. Sabe aquele sorrisinho de canto de boca, de quando alguém acessa o seu coração de uma maneira que ninguém nunca tinha feito antes. Então, foi isso que senti.
Eu, que sou uma romântica e fanfiqueira assumida, me derreti.
Fiquei pensando: “que sorte amar assim!”
Aí hoje (20/09) me emociono de novo, mas dessa vez de uma forma ruim, cheia de gatilhos!
Luiza lê uma carta que escreveu para ela e logo me identifiquei: às vezes para que eu entenda os meus sentimentos, também tenho que escrever. A carta foi forte e dolorosa do começo ao fim. Mas essa parte que ficou martelando na minha cabeça:
“Nos colocam como louca, dão risada da nossa intuição, literalmente falam que a realidade é só um detalhe pra você. Invalidando tudo que a gente pensa, acredita e vê. Tudo que é real”.
Ela tocou em uma ferida antiga, mas muito antiga mesmo! Toda vez que uma mulher questiona algo que está errado e ela não pode e não quer aceitar calada, é taxada como louca!
Ela é louca por não aceitar mentiras. É louca por contar e expor o que sente. Ela é louca por ser inteligente o suficiente para não acreditar em mentiras mal contadas. Ela é ainda mais louca e invalidada por não aceitar MENOS DO QUE MERECE!
Podia continuar essa crônica discutindo sobre o ego masculino e me juntando ao coro: “homem não presta”! Mas prefiro continuar fazendo alusão a fragilidade das relações.
Essa história toda revisitou uma realidade triste que estamos vivendo: o tempo do desamor! Viver uma história de amor linda se tornou brega e o imediatismo ganhou espaço nas relações. Mais vale uma sensação momentânea ou o famoso estamos ficando, mas somos solteiros, do que o “estamos construindo algo lindo juntos”.
Vivemos em um constante estado de paixões, mas esquecemos que o AMOR SÓLIDO é construído. É mais que uma canção, é uma escolha!
E quando escolhemos AMAR alguém é mágico, porque aí o respeito, a fidelidade, o cuidado e o carinho, não se tornam uma obrigação, e, sim, um prazer. Na minha cabeça, o resumo disso tudo tá muito claro. Luísa Sonza escolheu amar Chico (com defeitos e qualidades). Chico não escolheu amar Luísa, e demonstrou isso da pior forma possível, fazendo a pior escolha possível.
Enfim, o livre-arbítrio é assim mesmo, nos permite tudo, inclusive sermos burros.
Mas eu sigo acreditando naquele versinho lindo de Tom Jobim: “Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.”