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UM BOM ESCRITOR SURGE DA PRÁTICA

por Redação LiteralmenteUAI
5 minutos de leitura

UM BOM ESCRITOR SURGE DA PRÁTICA      

    Há brasileiros talentosíssimos em todos os campos da atividade humana. Na Literatura, são centenas e centenas de ótimos autores. Muitos que sonham em se tornarem escritores, porém, vivem frustrados por não saberem como começar. A grande maioria acredita que escrever um livro requer somente talento ou formação altamente especializada e, por conta disso, logo desanima de lutar pelo seu sonho.

As iniciativas como a Bienal Mineira do Livro – que acontecerá em Belo Horizonte, em maio – são fundamentais para levantar temas como a formação do escritor e o hábito da leitura. Vários autores participarão dos dez dias de programação do evento – o que oferecerá  uma boa oportunidade de encontro e diálogo para todos os que se interessam por seguir a trilha da Literatura.

Para começo de conversa:  escrever requer prática, treino e insistência. 

As histórias surgem e se consolidam da persistência e de muita paciência. O processo exige tempo disponível para “sentar” na cadeira e liberar as palavras. É preciso força de vontade para não desistir. Trocar ideias sobre o assunto também pode ajudar. Aproveitar eventos como feiras de livros  para conhecer e conversar com os escritores é uma ótima ideia. Pode iluminar a mente e ajudar até a descobrir os próprios recursos e qual caminho quer trilhar.

         Ouso partilhar aqui algumas experiências de que me beneficiei, como sugestões:

        1  – Inicie reservando uma parte do dia para escrever. Identifique os melhores horários para você e não fuja: sente e escreva. 

        2 – Busque, também, cercar-se de autores prediletos e de boas fontes de inspiração. Leia muitos livros sobre o ofício de escrever. 

        3 – Se puder, frequente oficinas de escrita criativa, seminários, workshops, congressos e cursos. 

        4 – Não se preocupe em achar que está “imitando” esse ou aquele autor. Ter um estilo semelhante a um ou outro escritor é comum no início. O ser humano aprende por imitação e isso não é um problema (desde que não haja plágio, é claro!) Com o tempo, você conquistará sua própria voz. A prática fará surgir o seu estilo, desvinculando sua obra dos autores que podem ter influenciado seu trabalho. 

        5-  Toda fonte de formação é muito útil: lembre-se de assinar revistas e jornais especializados sobre literatura.

        6- Se, durante o processo criativo, você cansar ou sentir o famoso ‘bloqueio’, pare, levante, beba um copo de água, tome um banho. Descanse. Durma. Relaxe e, depois, volte. Não tem segredo. A profissão não tem uma receita. É uma carreira profissional como qualquer outra.

        7- Quem estiver esperando a manifestação de um dom ou inspiração para começar a escrever, na verdade, está perdendo tempo. A comunicação, a escrita é desenvolvida com treino.  A repetição acaba habilitando o cérebro a realizar a tarefa da produção do texto  e, de modo cada vez melhor.

        8- Atenção: há processos criativos de todo tipo. Não há uma regra, uma receita, nem um roteiro fixo ou pré determinado para escrever. Existe o escritor metódico, calculista, cerebral, que faz roteiro antes, que faz a estrutura da história toda e, depois, vai executando o que planejou. Nesse caso, ele prevê toda a história e o enredo vai sendo desenvolvido. E existe o escritor que navega ao sabor do que a história vai ditando, podendo seguir uma inspiração, uma ideia, uma intuição. Ele vai construindo a história na hora. Os formatos desse processo são diversos. Não tem lei. Nenhum é melhor que o outro. Cada um tem seu estilo.

      9 – Algo, entretanto, é comum a todos: os escritores têm uma grande intimidade com a literatura e gostam muito de ler, dois pré-requisitos essenciais para a tarefa da escrita. Não existe um grande escritor que não seja um grande leitor. Não se tira suco de boa qualidade de quem não tem suco para dar. É preciso repertório e repertório rico, o que só se adquire lendo, lendo e lendo. 

     10 –  Finalmente: tudo o que um escritor acredita que contribuirá para sua atividade, pode – e deve – ser aproveitado (o interesse por outras artes é valioso…) Todo caminho que ele  julgar útil, pode ser tomado.

E aí? Vamos começar?

*** Rogério Faria Tavares – Jornalista, Doutor em Literatura e Presidente da Academia Mineira de Letras, parceira da Bienal Mineira do Livro, de 13 a 22 de maio, no BH Shopping

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