O Sol é para todos – Harper Lee
O Sol é para todos, um clássico da década de 1960, vencedor de vários prêmios literários, que segue firme encantando gerações de leitores em todo o mundo.
Quando crianças ou adolescentes somos obrigados a ler diversos clássicos da literatura brasileira, grande parte das pessoas não gostam da experiência e acabam traumatizados, fugindo de qualquer livro que tenha sido rotulado como “clássico”. Eu sou contra o método brasileiro de inserir livros tão densos para um público jovem, que não se identifica com os personagens (mesmo gostando de vários clássicos).
E por que eu estou dizendo isso, porque me surpreendi ao descobrir que nos Estados Unidos, um dos clássicos que as crianças são “obrigadas” a ler na escola vai ter como personagens principais crianças, tratando de assuntos importantes para a formação, mas com uma linguagem leve, assim é o livro O Sol é Para Todos da norte-americana Harper Lee.
O Sol é Para Todos é dividido em duas partes e vai ser narrado por Scout, uma garotinha de 8 anos, que vive com o pai, o irmão e uma espécie de babá, em uma cidadezinha no Sul dos Estados Unidos. A garota vai contar sobre os três verões em que ela conheceu Dill, um menino que sempre passava uma temporada com eles, Boo Radley, um vizinho que se escondia em casa e causava medo nas crianças, e Tom Robinson, um jovem negro que é acusado de estuprar uma branca.
A história do livro vai começar leve, em meio às brincadeiras das crianças e da figura sombria que é Boo Radley, mas aos poucos, com o passar dos anos você vai acompanhar o crescimento não apenas na idade, mas nas ideias daquelas crianças. E quando eles se tornam maiores é que o enredo começa a ficar mais pesado e temos problemas mais graves durante o julgamento de Tom Robinson.
O livro de Harper Lee vai falar principalmente sobre conceito de justiça. Isso é muito bem evidenciado pela figura do pai de Scout, Atticus Finch, um advogado que sempre tenta ser justo dentro e fora de casa. Atticus é aquele tipo de pessoa que todos almejamos ser, ele escuta os filhos e sempre tenta passar para eles bons exemplos. Essa imagem dele fica bem marcada, quando ele resolve defender um negro, em uma cidade pequena no Sul do país, onde o racismo impera.
A narrativa de Scout é sensível, delicada e inocente, mas ao mesmo tempo forte, em vários momentos ela questiona certos comportamentos, de uma maneira tão simples que você para pra pensar, e vê que é muito surreal o comportamento das pessoas da cidade em que eles vivem.
A história de Scout deveria ser leitura obrigatória para todas as crianças, não apenas as norte-americanas, porque o livro criado por Harper Lee é uma aula sobre preconceito, que precisa ser dada a todos. A autora conseguiu passar uma mensagem e ao mesmo tempo criou uma história doce, delicada e deliciosa de ser lida. Um livrão.
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