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A Biblioteca da meia-noite: reflexões sobre os arrependimentos marcam a leitura

por Elis Rouse
4 minutos de leitura

A Biblioteca da meia-noite: reflexões sobre os arrependimentos marcam a leitura

A Biblioteca da meia-noite teve seu hype no finalzinho de 2022, apesar da primeira publicação ser datada de maio de 2021. Nas redes sociais, especialmente no TikTok, o livro virou febre e aparecia sempre no feed em trends de motivação e inspiração.

E se você tivesse a chance de saber quais rumos sua vida teria tomado a partir de decisões importantes que foram tomadas por você ou por quem dirigia a sua vida? O arrependimento é capaz de gerar essas dúvidas que já passaram pelas nossas mentes em algum momento de nossas vidas, especialmente quando tomamos decisões erradas.

É esse privilégio, de experimentar o “e se”, que a nossa protagonista Nora Seed terá, após uma tentativa de tirar a própria vida. Nora vai parar em uma biblioteca secreta que guarda livros com poderes sobrenaturais, capazes de transportá-la para rotinas completamente diferentes da única que conhece, e ver de perto o que aconteceu com familiares, amigos, namorado e com ela mesma. 

“Nem a morte era algo que Nora conseguia fazer direito, aparentemente. Aquela era uma sensação familiar. A sensação de incompletude em quase todos os sentidos. Um quebra-cabeça inacabado de ser humano. Vida incompleta, morte incompleta.” (pág.41)

Guiada pela bibliotecária, a Sra. Elm, uma pessoa querida que marcou a vida real de Nora, mas que assim como outras pessoas, deixaram de fazer parte de sua vida, ela experimentará viver outras vidas diferentes daquela que atualmente não lhe importa mais.

Tal como nós, em vários momentos dos seus 35 anos de vida, Nora tomou decisões infelizes que levaram a uma vida estagnada, em que nada está dando certo no momento. A empatia pela personagem é imediata. Ela cortou laços importantes com pessoas queridas e hoje vive uma vida solitária. Seus problemas são reais e de fato comuns e presentes na vida dos leitores.

“Não fui nadadora olímpica. Não fui glaciologista. Não fui mulher do Dan. Não fui mãe. Não fui vocalista dos Labyrinths. Não fui uma pessoa boa de verdade nem feliz de verdade. Não consegui tomar conta de Voltaire direito. E agora, por último, ela sequer tinha conseguido morrer…” (pág.42)

Para cada livro aberto na Biblioteca da meia-noite, guiada pelos poderes mágicos dos livros da vida, Nora explora um destino desconhecido.

Juntos com Nora, embarcamos numa busca pelo autoconhecimento, compreensão do universo e da nossa existência. Ao ponto em que concluímos que para tudo há um propósito e consequências. As perdas e os ganhos são naturais. Não importa a vida que vivemos, é preciso vivê-la plenamente, se amar acima de tudo e dar um propósito a essa existência.

“Esta era a vida pela qual ela havia ficado remoendo. Esta era a vida que ela havia se recriminado por não viver. Era nesta linha do tempo que ela achava que tinha se arrependido por não existir.” (pág.69)

Apesar de ser uma história parada, mais reflexiva, eu gostei da leitura da obra. As cenas são marcantes e apresenta cenários diversificados. Em alguns momentos da leitura flui a imaginação, especialmente nas partes em que Nora é uma glaciologista ou quando há movimentação dos livros na biblioteca mágica. Vale a pena mergulhar na história e tirar proveito dos ensinamentos. 

A Biblioteca da meia noite é uma obra do autor Matt Haig, publicada no Brasil pela editora Bertrand do Brasil.

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