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[Resenha] Flores Partidas – Karin Slaughter

por Josi Gonçalves
6 minutos de leitura

Eu já falei aqui em outras resenhas que não importa quanto tempo você passe convivendo com outras pessoas, nunca se pode conhecer uma pessoa em sua totalidade. Hoje venho trazer para vocês a resenha do mais recente thriller que li e, meus amigos, eu tô muito impactada: Flores Partidas da autora Karin Slaughter

É um livro que não brinca em serviço quando o assunto é deixar a gente de queixo caído, embasbacado, chocado e com toda certeza, muito assustado. E que mais assusta nesse livro é percebermos, que mais que fantasmas ou monstros, nosso pior medo deve ser de descobrir até onde pode ir à capacidade humana de ser mal.

Sobre a história: 

Mas vamos falar um pouco sobre o enredo desse livrão. Em Flores Partidas vamos conhecer a história das irmãs Lydia e Claire. As duas não se falam há 18 anos, pois no passado, Lydia acusou o então namorado de Claire, Paul, de tentar estuprá-la. Tendo em vista que Lydia era o que chamamos de ‘ovelha negra’ da família, usuária de drogas, causadora de vários problemas para os pais, e que Paul era um jovem bom moço e super quietinho, é claro que a irmã não acreditou, ficou do lado namorado e cortou relações com Lydia. Mas isso não foi o pior que a família passou, alguns anos antes desse acontecimento, a terceira irmã das duas, Julia, desapareceu misteriosamente e ninguém nunca mais a viu. A polícia investigou por um tempo, a mídia falou do caso por um tempo, contudo, como as pouquíssimas pistas não levaram a lugar nenhum, as investigações foram encerradas, deixando a família completamente destroçada. Esse, inclusive, foi o motivo que fez com que Lydia se perdesse nas drogas e outros problemas.

Mas voltando para o presente, ou seja, 22 anos depois do desaparecimento de Julia e 18 depois da separação das duas irmãs que restaram, Paul, que agora é marido de Claire, é brutalmente assassinado e ao mexer no computador e nas coisas de seu marido morto, Claire vai descobrir uma coisa tão terrível, mas tão terrível, que dúvido vocês imaginarem. Podem até imaginar, mas vão errar rsrsrs. E é dessa premissa que parte então, todo desenrolar desta história chocante.

Narrativa: 

O primeiro ponto cabível de análise nessa resenha é sem dúvida o fato de o livro te prender desde a primeira parte. E não te soltar mais. Karin narra seus acontecimentos sem ficar enrolando os fatos e sem ficar enchendo linguiça com aquilo que não é necessário para a história. Ela solta os acontecimentos em sequência, um atrás do outros e você, claro, fica sem fôlego com o que vai ocorrendo na história das protagonistas.

A narrativa é dividida entre os capítulos de Lydia, os de Claire e capítulos que são partes do diário do pai das meninas. Essa parte do pai é uma espécie de carta direcionada à Julia, que desapareceu.  E particularmente isso deixou o livro muito mais interessante, pois a cada momento você vai vendo os pontos de vista de cada uma delas sobre os fatos, sobre a outra. Eu amei o jeito que a autora vai nos dando uma informação que para uma das protagonistas é a verdade e no capítulo seguinte a outra já te mostra que aquilo não foi bem assim, ou que aquilo nunca aconteceu. Apenas a parte das cartas do pai que achei mais arrastadas. Talvez seja pelo tom mais melancólico e saudosista – totalmente compreensível por sinal, afinal é um pai escrevendo para sua filha que ele não tem ideia de onde esteja-, mas ainda assim, essa parte corre mais devagar.

Outro ponto que merece destaque, e preste atenção aqui se você for daqueles que têm medo ou se impressiona fácil, é que o livro não tem dó do leitor quando se trata de descrições fortes e pesadas. Ele é bem gráfico em alguns momentos e as descrições de violência, tortura e assassinatos são bem chocantes, principalmente aos menos acostumados. Eu, que gosto de livros mais pesados senti muita gastura em alguns momentos. Mas nada que comprometa a leitura.

Mais um ponto alto deste livro é a construção de personagens. Como as protagonistas são bem moldadas, com aprofundamento psicológico. As duas irmãs são completamente críveis aos olhos do leitor. Cada uma com suas peculiaridades e jeitos e nuances, de acordo com a vida que levaram. É nítido para o leitor durante a leitura que determinados comportamentos de cada uma provem do estilo de vida que vivem, ou de como cada uma reagiu às tragédias que se abateram sobre a família. Claire e Lydia são como os dois lados de uma mesma moeda e isso fica muito bem evidenciado na narrativa de cada uma. Por vezes elas nos dão raiva, irritam, nos comovem, o que prova que a escritora tem a importante capacidade de fazer com suas personagens sejam capazes de ganhar a empatia do leitor. Afinal, nada pior que ler um livro e não estar nem aí para o protagonista, do tipo: se viver ou morrer, pra mim tanto faz!

Karin sabe bem como manter o leitor preso em sua narrativa, pois além de escrever de maneira fluida e ágil, ela sabe bem como administrar as surpresas ao longo da história. E, meu caro leitor, como tem reviravolta essa narrativa. Você mal se recuperou de um tombo e já vem outro e mais outro. Mesmo que a revelação do grande mistério da história seja levemente previsível, você é bombardeado por surpresas o tempo todo e, claro, cada uma mais estarrecedora que a outra. E acho que isso também favorece para que seja criada uma situação de tensão crescente em que temos a certeza de que as coisas só tendem a piorar cada vez mais. E, de fato pioram.

A edição da editora Harper Collins é um caso à parte, pois o livro está muito bem editado, páginas amarelas que amamos e, uma capa dupla maravilhosa. Eu só acho que a letra podia ser um pouquinho maior. Mas por um lado eu entendo a escolha das letras menores, pois caso contrário o livro ia ficar muito grande, o que sabemos, que afasta alguns leitores.

Enfim pessoal, se você está atrás de um suspense/thriller top, com personagens muito bem escritos, uma história intrigante e frenética e claro, uma leitura viciante, Flores Partidas é o livro pra você. Mais que recomendado!

No resenhando você encontra resenhas de todos os gêneros!

 

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1 comentário

Rafael 22 de outubro de 2018 - 21:44

Formidável

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