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[Resenha] 1984 – George Orwell

por Dexter Rodrigues
4 minutos de leitura

Resenha | 1984 – George Orwell

Distopias têm um problema sério: são viciantes. Esse ano li cinco e, com certeza, a mais marcante foi 1984, de George Orwell.

Já queria ler desde 2011 (confesso que o interesse pelo Big Brother Brasil surgiu bem antes) e fui enrolando para comprar, passando outros livros à frente… Mas no fim de 2017 ganhei de aniversário e ele entrou imediatamente na fila.

Entre os que li (Fahrenheit 451, O Homem do Castelo, Alto Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas? e Admirável Mundo Novo), ele foi o mais bem definido pelo autor, pela sua profunda divisão política e organização do Estado e pelo conflito dos personagens.

1984:

Winston, o protagonista deste romance, vive um eterno questionamento sobre governo totalitário do Partido que comanda sua nação (a Oceania) e sobre seu líder, o Grande Irmão, a figura onisciente e onipresente que está sempre te vigiando. E ele sente-se solitário, porque todos os cidadãos são doutrinados pelo Partido a obedecer, a aceitar o que o Partido determina como verdade, a detestar as coisas do mundo antigo (como o diário que ele mantém e mesmo sem escrever já seria um criminoso, porque pensar um crime é o mesmo que cometê-lo).

A Oceania é dividida em três camadas: o Núcleo do Partido, onde estão as pessoas poderosas, os Proletas, o grupo à margem da sociedade, o povo com o qual o Partido não se importa e o Partido Externo, um espaço intermediário que contém os Ministérios:

 

  • do Amor: responsável por torturar os inimigos do Partido;

  • da Paz: responsável por manter a guerra contra a Eurásia ou Lestásia, as outras duas nações;

  • da Verdade: responsável por falsificar o passado. Fazendo com que as previsões do Grande Irmão sempre estejam corretas e removendo as pessoas que não são mais pessoas, que deixaram de fazer parte da história;

  • da Fartura: responsável pela economia e por divulgar dados astronômicos de produção, que não correspondem à realidade, gerando fome e escassez.

Winston trabalha no Ministério da Verdade (Miniver, em novafala, um novo idioma que objetiva encurtar os vocabulários, controlando ainda mais o pensamento das pessoas), e se apaixona por Júlia, uma colega de trabalho, e aí começa uma trama perigosa.

Na Oceania se apaixonar é errado, relações entre homens e mulheres devem servir apenas para a procriação. Assim acompanhamos um romance proibido entre pessoas que deveriam obedecer o Partido e acabam acreditando em uma sociedade secreta de insurgentes que derrubarão o governo, possivelmente junto a O’Brien, um personagem misterioso e membro do Núcleo do Partido.

Os pontos mais marcantes da trama, certamente, são seu teor político muito bem construído, principalmente por sua semelhança com o mundo atual e sua atemporalidade de modo geral. Podemos encontrar características de 1984 em diversas distopias como as séries “Divergente” e “Jogos Vorazes”.

Adicione 1984 à sua lista de leitura! É um clássico e vai ser seu melhor ponto de partida para os diversos universos distópicos que você encontrará na sua jornada como leitor.

Se você já leu este livro, não deixe de conferir esta análise entre 1984 e nosso mundo atual.

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