
6 obras não tão conhecidas de autores ilustres
Autores ilustres tem seus best-sellers, mas também obras não tão conhecidas do grande público, contudo merecem não apenas o destaque como também entrar para as metas de leitura.
Pode acontecer na música, no cinema, ou literatura, alguns artistas se tornam destaque por uma música, filme, livro. E com isso, todo um lado b, melhor ou tão bom quanto aquilo que caiu nas graças do povo pode ficar esquecido. Essa lista é sobre isso, sobre livros/hqs não tão conhecidos, mas, excelentes, de autores ilustres.
Ressurreição (1899), Liev Tolstói

Tolstói é, para além de uma figura histórica curiosa, um dos maiores escritores da literatura russa. O autor possui uma obra extensa da qual são destaques os clássicos: Ana Karenina e Guerra e Paz. Um livro do escritor que não goza da fama dos citados, mas, que também é uma obra riquíssima é o “Ressurreição”.
A história começa quando um aristocrata tem sua vida virada de cabeça para baixo, ao reconhecer uma moça que ele havia corrompido no banco de réus de um julgamento. O episódio inicia uma crise de consciência que modifica toda a vida do protagonista. Rezam as lendas que esse episódio é real, e foi narrado para Tolstói pelo mesmo jurista que contou a Dostoiévski o caso que teria inspirado Crime e Castigo.
Ressurreição faz uma crítica contundente (e atual) aos valores morais da aristocracia e ao sistema carcerário. É um livro imperdível.
O mundo pós aniversário (2007), Lionel Shriver

Você pode não reconhecer o nome Lionel Shriver, mas, provavelmente, já ouviu falar de um de seus livros: “Precisamos Falar Sobre o Kevin” – o best seller, que virou filme, retrata a relação de uma mãe e seu filho, um adolescente que cometeu assassinato em massa.
Um livro da autora, substancialmente diferente, mas, também impactante, tem como título “O mundo pós aniversário”. Escrito de forma ousada, conta duas histórias diferentes ao mesmo tempo. O mote é o relacionamento ‘sólido’ de um casal, que é ameaçado quando um charmoso jogador de sinuca profissional entra na equação.
Bartebly o escriturário: Uma História de Wall Street (1853), Herman Melville

Melville é amplamente conhecido por ter escrito o clássico Moby Dick, que já foi adaptado em diversas mídias e versões, e conta a história da obsessão do capitão Ahab pela baleia branca.
É um livro consideravelmente menor, porém, e bem menos famoso, que é o meu preferido do autor : “Bartleby, o Escriturário – Uma História de Wall-Street” não chega a ter 100 páginas e conta a história de Bartleby, um burocrata que um dia responde a demanda de seu superior com: “prefiro não fazer”, desorganizando toda a realidade. O livro já foi objeto de estudo de vários escritores e intelectuais, como, por exemplo, Jorge Luis Borges, Slavoj Žižek, Deleuze, Agamben, Negri e Hardt.
Do Inferno (1989- 1996) e Promethea (1999-2005), Alan Moore

Alan Moore e Neil Gaiman são responsáveis por uma revolução no mundo dos quadrinhos, que aconteceu dentro de um selo: Vertigo (<3) , da DC, desmistificando a idéia de que esse tipo de narrativa é infantil. Moore é amplamente conhecido por ser o criador de V de Vingança, Watchmen e A Piada Mortal. Mas, aparentemente, todas as obras do autor merecem ser lidas.
Do Inferno retrata, em uma belíssima arte em preto e branco, a Inglaterra Vitoriana. E o faz para narrar suposições sobre um dos seriais killers mais infames da história: Jack o Estripador. (A maravilhosa obra ganhou uma adaptação duvidosa para cinema, com o mesmo título.)
Promethea, como Sandman, é uma obra difícil de explicar, porque costura uma série de coisas. Durante os arcos somos expostos a mitologia, cabala, thelema, ficção científica, etc. Com alguns arcos belíssimos a obra é repleta de filosofia e universos de significação e gira em torno de uma ‘entidade’ feminina que atravessa gerações, passando por diferentes hospedeiras, até chegar o momento de ser emissária do apocalipse.
Alan Moore é um profundo conhecedor de ocultismo, o que aparece em ambas as obras, de formas muito mais profundas do que eu (relativamente leiga no assunto) consigo apreender.
Quatro Estações (1982), Stephen King

Na verdade, nesse ponto, estou sendo relativamente desonesta, porque três (dos quatro) contos desse livro viraram filmes, sendo dois deles amplamente conhecidos. O que muita gente não sabe, porém, é que esses filmes são baseados em uma obra do Stephen King.
King é conhecido como mestre do terror, mas, ele é bem mais do que isso. É um escritor versátil, com uma capacidade de produção absurda, o que resulta em uma obra extensa – contando com histórias geniais (e outras nem tão boas assim) e colecionando algumas das melhores e piores adaptações do cinema.
Os contos carecem do sobrenatural que costuma ser uma constante na obra do autor. Outono e Primavera deram à luz a Conta Comigo, o clássico da Sessão da Tarde, e Um Sonho de Liberdade, um dos melhores filmes de prisão já feitos.
Esse é um dos poucos livros que eu nunca terminei. Eu tinha cerca de 10 anos quando peguei o volume na biblioteca. Verão, porém, encheu meu coração (corajoso, diga-se de passagem) de criança de pavor: ao me apresentar a crueza da maldade humana. Um garoto aficionado por nazismo, descobre que seu vizinho havia sido da SS, o que dá origem a uma relação doentia entre os dois.
Eu abandonei a história, quando um dos personagens coloca um gatinho dentro do forno. Ainda lembro do pavor, percorrendo todo o meu corpo, com aquela cena. (E eu já conhecia o Poe, nessa época, já tinha lido O Gato Preto e o absolutamente maquiavélico O barril de Amontillado, mas alguma coisa na descrição de King fez com que fosse insuportável pra mim continuar… E ainda não voltei, mas pretendo, um dia.) O conto inspirou o filme O Aprendiz que eu nunca assisti.
Rezam as lendas que o quarto e último conto, que representa o inverno, vai ganhar uma adaptação para as telas, mas ainda não encontrei nenhuma previsão.
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