CLIS: um projeto que transforma vidas por meio da literatura
Apadrinhar projetos sociais é sempre uma maneira de investir aquele dinheiro que não vai lhe fazer falta. É mostrar interesse por pessoas que, talvez, você ainda não conheça, mas já sabe que elas precisam de você. É um gesto de solidariedade e amor. Tudo isso unido com o objetivo de cuidar e ajudar ao próximo. Pensando em boas ações que incentivam à leitura, o Clube do Livro Infantil Solidário (CLIS), criado em 2017 pela jornalista e escritora Leida Reis, pretende transformar vidas por meio da literatura.
A literatura faz parte da vida da jornalista desde sempre! Aos 9 anos, Leida descobriu o amor pelas palavras e se encantou com a poesia. Aos 13, já escrevia seus próprios versos e, em 1991, aos 25 anos, publicou seu primeiro livro de contos “The Cães Amarelos”. Após um tempo se dedicando ao jornalismo, Leida publicou, em 2010, o romance “A Invenção do Crime”, pela editora Record. Dois anos depois, lançou outro romance, “Quando os Bandidos Ouvem Villa-Lobos” e, em 2015, o livro de contos “O Livro de Cada Um”. Há um ano, Leida abriu a Páginas Editora, que já lançou 13 títulos nacionais, destaque para o impactante “Aquilo que resta de nós” do jornalista Igor Patrick, que traz relatos de mulheres haitianos vítimas de estupro das tropas de paz lideradas pela ONU. “Literatura resume tudo o que quero, amo e escolho para minha vida”, conta Leida.
E, todo esse amor de Leida pelas palavras resultou no CLIS, um projeto que visa incentivar e incluir as crianças na literatura. O contato com os livros, com os autores, a contação de histórias e a apresentação à universos literários fazem parte do projeto que incentiva, ainda, a criatividade, fazendo com que os pequenos desenvolvam o encantamento pelas páginas e, quem sabe, seja esse o primeiro passo para que eles se tornem adultos leitores.

Projeto CLIS, idealizado pela jornalista Leida Reis
Para a jornalista, criança gosta sim de ler, é apenas necessário que ela seja incentivada e crie o hábito. “A criança se sente mais importante quando leva para casa um livro que é todo seu, e, o mais fantástico, com o autógrafo do escritor ou da escritora. Ter o seu nome escrito num livro bonito, todo ilustrado, é uma experiência de empoderamento para essas crianças que têm pouco contato com o universo literário. Estou ouvindo comentários dos professores: ‘essa turma não é fácil, eles não costumam ficar quietos e hoje estão comportados!’. Elas se sentam para ouvir a história e realmente participam daquele momento!”, destaca.
Tornar o Brasil um país onde um grande número de pessoas tem o hábito de ler ainda é um desafio, mas projetos como o CLIS são portas abertas e indicam caminhos para uma mudança. “É preciso mexer no sistema educacional. Não formamos leitores e temos baixo índice de professores leitores, pois eles ganham pouco e a leitura não é uma qualificação valorizada em suas carreiras. Não culpo os profissionais de educação, mas esse sistema que não coloca a literatura em seu devido lugar”, comenta a jornalista.
Ela acredita, ainda, que a falta de acesso aos livros também é um problema para algumas pessoas. “O livro não é caro, mas o preço é um dificultador para muitos brasileiros, pois a renda média mensal mal dá para o aluguel e a alimentação. Você vai dizer que há livros de graça – eu mesma mantenho a Mercearioteca, uma biblioteca comunitária – , mas se não é formado o hábito isso por si só não resolve. E não há hábito de leitura sem educação de qualidade e disponibilidade de livros. Veja que o Ministério da Educação não compra livros para distribuição há três anos”, destaca.
O que podemos mudar por meio da literatura?
“Quem lê amplia seu universo não de conhecimento, pois a literatura não existe para fornecer conhecimento, mas de perspectivas. Um bom livro leva o leitor a perceber nuances da vida e do mundo que ele não percebia e, mais do que isso, a compreender que há muito mais caminhos e frestas de escape do que imaginava. Enfim, o livro abre leques e mais leques. E não cobra do leitor. Ele pode permanecer onde está, rejeitando todos os convites da narrativa, mas certamente será outra pessoa depois da leitura. Ninguém sai ileso de um bom livro. Podemos mudar, então, tudo com a literatura e nada ao mesmo tempo. Ela não é feita para mudar o mundo, mas sendo literatura, acaba por modificar o mundo do leitor. Com literatura temos melhor educação, melhor saúde psíquica e física também, pois o leitor é sempre mais pleno do que o não leitor”. (Leida Reis)
Quer contribuir com o CLIS?
Gostou do projeto? Saiba que você pode ajudar. Basta acessar o site e assinar para começar a contribuir com um quantia mensal(via Pag Seguro). Ao efetuar a assinatura, você estará ajudando a mudar a vida de muitas crianças. O dinheiro é destinado ao custeio dos livros (considerando sempre o desconto de 40% do preço de capa), do lanche, do cachê do contador de história e também do brinde, um material escolar. O projeto é recente e conta com poucos padrinhos, por enquanto. Por isso, a Páginas Editora vem bancando parte das despesas.
O CLIS contribui para a formação de leitores e para a educação das crianças e esteve entre os vencedores do concurso Leitura do Bem em 2017, que premia 12 iniciativas mineiras de incentivo à leitura. O projeto tem um apelo muito interessante e precisa da sua ajuda para que mais crianças tenham a oportunidade de participar. Se você puder contribuir, seu gesto fará a alegria de crianças e ajudará a transformar o Brasil. Fazer o bem é sempre uma boa ideia, não é mesmo?!!
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