Dos versos à produção gráfica, Pedro Tancini apresenta os impactos ambientais na obra Poemas de Plástico, primeira obra literária no mundo produzida totalmente com material reciclado e reciclável
Com páginas de papel sintético, apresentando semelhança com o papel de celulose, mas produzido a partir tampas de garrafa de PET, e coletadas por catadores, Pedro Tancini aborda capitalismo e sustentabilidade na obra Poemas de Plástico.
Em meios as discussões ambientais, os poemas usam a contradição do material plástico, descartável para nós, mas que leva anos para se decompor na natureza, para falar da descartabilidade do amor e da sociedade capitalista. Uma obra para aqueles que denunciam os problemas e para quem procura um novo caminho.
é nossa a culpa?
os castelos
que erguemos
para os inúteis reis
desta terra
e talvez seja a ilha
(de plástico)
nosso refúgio
mais doentio
nossa revolta
mais possível
nossa mais duradoura
destruição
(p. 41)
Através de metalinguagens e ironias, o autor utiliza os poemas para denunciar empresas que devastam a natureza, os impactos psíquicos e emocionais promovidos por essa sociedade do desperdício e como a poesia pode ser um instrumento de luta. Além de páginas de papel sintético, Pedro Tancini personalizou capas com pedaços de plástico que retirou das praias de São Paulo. Segundo ele:
Fiz questão de que o livro fosse produzido com plástico reciclado e reciclável para que o seu impacto ambiental se aproximasse do zero. Porém, a proposta da obra é alertar que, infelizmente, a saída não está no âmbito individual, pois o verdadeiro responsável pelas catástrofes ambientais e sociais que estamos vivendo é o sistema em si.
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