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Antes dos 30 e a busca pela perfeição

por Afia Alvim
3 minutos de leitura

 

Alguns meses atrás me lembrei de quando eu era adolescente. Vou contar o porquê. Bom, sempre que minha mãe pedia para eu ir ao supermercado, padaria ou qualquer lugar que fosse, aqui pertinho de casa, eu gastava uma hora, isso mesmo, uma hora, me arrumando. Tomava banho, escolhia uma roupa, passava batom, creme no corpo, perfume, arrumava o cabelo de forma impecável…tudo. Minha mãe ficava sem paciência. Óbvio, quem não ficaria? Mas, eu não saia de casa sem fazer tudo isso. Morria de medo de ir desarrumada na padaria, e encontrar alguém conhecido. Medo do que poderiam pensar ou falar de mim. 

Durante o inverno desse ano, alguns dias fizeram muito frio. Durante esses dias, fiquei debaixo das cobertas o máximo de tempo possível. Você deve estar se perguntando: “Por que essa louca mudou de assunto do nada?”. Calma, vou explicar…Minha mãe pediu para que eu fosse no supermercado, durante esse período de muito frio. Levantei do sofá, peguei o dinheiro e fui. Quando voltei, reparei na minha roupa. Estava de moletom, desses de ficar dentro de casa, cabelo com um coque mal feito, camisa do Brasil, da copa de 2006 e meias. Sim, meias e chinelo Havaianas. Nesse momento me lembrei da minha adolescência, de todo aquele peso e preocupação com a aparência. Dei de ombros, voltei a deitar no sofá e fui assistir minha novela. Nesse exato momento, me senti livre.

Essa preocupação excessiva com a minha imagem, era o resultado de uma sociedade que valoriza as aparências. A sociedade deixou de valorizar as aparências? Claro que não. O que mudou foi o meu modo de ver as coisas. Acredito que na adolescência o problema com a aparência é maior. Você se esforça para se embelezar, emagrecer, aumentar aqui ou diminuir ali, alisar os cabelos. Na busca incessante pela “beleza perfeita e ideal”, você acaba fazendo qualquer sacrifício.

Vivemos a era da “pessoa perfeita” em que independente da sua satisfação, você precisa estar com o cabelo, roupas e corpo impecáveis. O tempo foi passando, e com ele, veio a sensação de não me importar tanto com as pessoas, o que elas dizem ou pensam. Claro que eu me preocupo com minha aparência, gosto de me sentir bem quando saio de casa. Mas vou falar uma coisa, sair de vez em quando com um moletom e meias com chinelos havaianas, é bom demais!

Gostou da coluna “Antes dos 30“, confira também “Antes dos 30, com filhos“. Se você já passou dos 30, não se preocupe aqui tem um espacinho pra você “Depois dos 30“.

A coluna Antes dos 30 é publicada aqui todo sábado. As opiniões e fatos não refletem, necessariamente, a opinião de todas as pessoas que estão perto de completar 30 anos.
Entre em contato com a colunista pelo e-mail afia@literalmenteuai.com.br

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