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Frida Kahlo

por Afia Alvim
5 minutos de leitura

 

Frida Kahlo

Dia 26 de agosto foi o Dia Internacional da Igualdade Feminina e, nada melhor do que dedicar esse post para uma mulher que marcou o século XX e continua despertando a curiosidade de muitas pessoas, no século XXI. Frida Kahlo apresentou um estilo único nas artes plásticas e se tornou um ícone na cultura pop.

Frida Kahlo – Via BETTMANN

Friducha, como era chamada entre os seus familiares, foi uma mulher que, apesar de todos os “contratempos” que sofreu em sua vida, não deixou de lado a sua originalidade e viveu intensamente. Sua obra estava diretamente ligada com suas experiências de vida e seus quadros refletiam seus sentimentos.

Quando tinha 18 anos, Frida sofreu um terrível acidente. Foi um daqueles acidentes que nos fazem estremecer de horror. Uma colisão entre um bonde e um ônibus que circulava em péssimas condições, mudou totalmente sua vida.

O ônibus com destino a Coyoacán estava cheio e Frida estava sentada ao fundo. Durante a sua vida, Frida iria se referir a esse ônibus como “o ônibus que me destruiu”. Com a batida, um pedaço de ferro atravessou o corpo de Frida. Ela teve a coluna quebrada em três lugares, fraturou a clavícula e duas vértebras e teve onze fraturas no pé direito (que já era atrofiado por causa da poliomielite, que teve na infância). A barra entrou pelo quadril esquerdo e saiu pela sua vagina.

Sobre o acidente, Frida disse:

É mentira que a pessoa tem consciência da batida, é mentira que a pessoa chora. Em mim não houve lágrimas. A colisão nos jogou para frente e um corrimão de ferro me varou do mesmo jeito que uma espada rasga a carne do touro. Um homem me viu tendo uma tremenda hemorragia. Ele me carregou e me deitou em cima de uma mesa de bilhar até que a Cruz Vermelha chegasse (p.68, Frida)

Após esse acidente, Frida passou longos anos, tentando se “reconstruir”. Cirurgias, gessos e camas de hospitais, se tornaram uma rotina. Durante o período de recuperação, Frida desabafava seus sentimentos em cartas, com o tempo, passou a fazer isso com pinturas. Ela fazia retratos e autorretratos e, estes, eram como seu eu alternativo que refletiam os sentimentos da artista.

Autorretrato, 1930.

Apesar de toda dor que sofreu em sua vida, foram pelo menos 32 cirurgias. Frida conseguiu transformar o tédio e a dor em pinturas que marcaram a história da arte. Depois de recuperada, passou a viver uma vida quase normal. A sua personalidade forte e pouco convencional chamava a atenção para si. Ela então conheceu Diego Rivera, o pintor tinha 41 anos e era o artista mais famoso do México. Frida se casou aos 22 anos e seu relacionamento com Diego foi tumultuado e tempestuoso. Diego a traía constantemente, inclusive, chegou a se envolver com Cristina, a sua irmã caçula.

Foi um relacionamento ardente, regado a muita traição, de ambos os lados. Frida sofreu abortos espontâneos, seu corpo nunca mais foi o mesmo, por causa do acidente. E durante toda a sua vida, se submeteu a cirurgias dolorosas para tentar melhorar a sua qualidade de vida.

Além das feridas causadas pelo ônibus, havia as feridas causadas pelas traições e pelo relacionamento com Diego. E tudo isso era retratado nos seus quadros. Frida se tornou uma mulher marcante e hoje, sua imagem é utilizada por movimentos feministas.

As duas Fridas, 1939.

Apesar de tudo que sofreu, Frida não deixou de lado sua personalidade e se impunha, diante de uma sociedade machista. Sua vontade de amar, viver e seu apetite sexual livre (homo e heterossexual), sua opinião política, foram marcantes na sua vida e obra.

Foi uma mulher que teve casos amorosos com figuras importante (Leon Trotsky foi um deles), amou a arte, a cultura do seu país e em meio a dor e sofrimento, viveu com bravura e de forma intensa. Foi uma mulher extraordinária.

Se você se interessou pela história de Frida, te indico a biografia Frida, escrita pelo autor Hayden Herrera e o filme Frida (2002). Nesse filme, Frida foi interpretada pela atriz Salma Hayek, e o filme é maravilhoso!

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