Francisco Neto Pereira Pinto explora as recordações da infância ribeirinha em À beira do Araguaia, obra que fala de cultura e impactos socioambientais
Francisco Neto Pereira Pinto morou até os 15 anos como o título da sua obra, À beira do Araguaia. Reunindo suas memórias com a história e cultura da região, o autor apresenta 14 contos sobre os povos ribeirinhos. Questões cotidianas e sociais se misturam a temas amplamente discutidos, como consequências da pesca predatória e destruição do meio ambiente.
Apesar da possibilidade de serem lidos separadamente, os textos apresentam um mosaico cultural da população ribeirinha. O autor utiliza uma linguagem poética, regionalista e experimental para retratar as histórias Ana e Pedro, que aparecem como protagonistas ou como personagens secundários nas histórias dos filhos Eve e Téo.
A casa de Ana e Pedro no alto da ribanceira parecia ter sido feita para uma conquista como somente aquela cheia poderia impor. Uma noite espessa, pesada, úmida, escura e esvoaçante e a casa lá, com um candeeiro de chama nervosa e intensa, alimentada por azeite de mamona e pavio de algodão. (p. 43)
Mostrando um diálogo com o contexto atual, a relação com os filhos é marcada por questões de gênero e educação na contemporaneidade. Ao mesmo tempo, mostra cenários de vulnerabilidade, como o pai que deixa a família para trabalhar no garimpo em busca de uma vida melhor para todos. O livro está disponível na Amazon.
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