A adaptação de Psicopata Americano é um dos raros casos em que supera a obra literária
Psicopata Americano do escritor Bret Easton Ellis, conta a história de Pat Bateman, um jovem de 26 anos, rico, bonito, que trabalha em Wall Street. A vida dele é repleta de jantares e drinks em restaurantes caros e badalados, roupas de marca, academia e mulheres, tudo regado a muita cocaína.
O protagonista da história é a personificação da futilidade e que vive cercado por pessoas tão fúteis quanto ele. Porém, ele tem um diferencial, uma sede de matar que não tem fim.
Como já diz o título esse livro é sobre um psicopata, Pat mata, e o autor não nos poupa na hora de descrever toda a barbárie do personagem. Temos descrições bem gráficas de mortes, torturas e sexo. Mas o autor lança mão de recursos interessantes para suavizar toda a violência da história, Pat sempre faz críticas musicais, a cada ataque realizado pelo psicopata, somos agraciados com o review de alguma banda ou de um disco. Gosto desse recurso para aliviar, mas pro final do livro, queria que chegasse logo o desfecho, em vez de saber sobre Talking Heads.
Esse livro é escrito de uma maneira rápida e muitas vezes imitando a loucura da cabeça do personagem principal, que em vários surtos soltava seus pensamentos a esmo ao longo da narrativa. No começo pode causar estranheza, mas aos poucos você pega o jeito e consegue acompanhar o ritmo de loucura de Bateman.
Adaptação
Nos anos 2000 a adaptação de Psicopata Americano chegou aos cinemas e Christian Bale deu a vida a Patrick Bateman. Bale está impecável como o psicopata americano, encarnando muito bem a perfeição e as nuances da loucura de Bateman.
O filme é muito parecido com o livro, tendo até mesmo os momentos de crítico musical do protagonista. E apesar de ser bem fiel a obra original, o filme consegue ser mais fácil do que o livro, sem se passar diretamente na cabeça perturbada de Patrick as coisas acontecem de forma mais linear.
O livro é bem gráfico, mas o filme não, todas as vezes que o psicopata mata, a câmera corta para ele e só vemos o sangue espirrar, dando apenas a insinuação do que ele fez. O que faz com que a versão cinematográfica seja muito mais acessível que o original, que é preciso ter o estômago forte para ler.
Patrick sai matando a torto e direito, sem sentir remorso e muitas vezes sem esconder isso das pessoas, mas em alguns momentos fica a dúvida, aquilo tudo aconteceu ou o protagonista apenas enlouqueceu e criou toda aquela carnificina em sua mente? No filme isso também fica subentendido e tem muita gente que termina de assistir sem entender.
Psicopata Americano é daquelas adaptações que conseguiu superar a obra original. A história de Patrick Bateman funciona muito mais como filme, do que como livro.
Novidade! A Editora DarkSide anunciou o relançamento da obra.
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