Um amor como vingança | Série paixões gregas – Monica Cristina
Um amor como vingança é o livro que abre a série Paixões Gregas, que atualmente já conta 10 obras que seguem os amores de toda família Stefanos, inclusive de seus filhos.
A indicação da minha sogra Vera, que já leu toda série no Kindle e pessoalmente foi atrás do livro físico para me presentear, é uma surpresa muito agradável. A obra, apesar de se passar em terras estrangeiras, mais precisamente na fictícia ilha grega de Kirus, foi escrita por uma brasileira especialista em romances arrebatadores.
A obra da paulista Mônica Cristina é grande, clique aqui para conhecer. Mônica não faz parte do casting das principais editoras nacionais e nem aparece no hall das grandes livrarias e suas vitrines, contudo é sucesso mais que absoluto nas plataformas digitais e vale muito a pena ser lida.
Sempre reforço aqui que todo leitor deve colocar em sua lista de leitura autores nacionais do seu gênero favorito. Estamos muito bem representados tanto pelos autores da nova geração, quanto nos clássicos, basta uma simples busca no Google para se surpreender e quebrar aquele velho preconceito literário com a literatura brasileira.
A história
O título já entrega muito do que esperar da obra “Um amor como vingança”, o que era para fazer parte de uma vingança há muito aguardada, acaba se transformando em amor, com muitas reviravoltas clichês.
A leitura me lembrou muito um novelão mexicano, e isso não é ruim. Para quem gosta do gênero, a obra traz todos os elementos necessários para te prender, fazer o coração disparar, os olhos se encherem de lágrimas. É um romance gostosinho de ler. Até a página 160 eu já tinha chorado duas vezes (rs)
Leon Stefanos
É o dono da vingança e esperou por ela há anos. Quando ainda era criança, viu sua mãe abandonar o marido e os filhos para ficar com o poderoso Kiron Kalimontes. Como se não bastante, Kiron expulsou a família da ilha, foram enviados para os EUA, uma terra onde não conheciam ninguém, sequer sabiam falar a língua.
Ao chegar no país, o pai de Leon se entregou a bebida, deixando os filhos a mercê da própria sorte. Antes de morrerr, ele ainda envia seu filho mais novo, Nick, de apenas dois anos, para o orfanato. Assim, Leon, Ulisses e Heitor, precisaram lutar para sobreviver.
Coube a Leon assumir a responsabilidade pela família, trabalhando duro, com intuito de resgatar Nick e se vingar de Kiron. Virou bilionário, conseguiu encontrar seu irmão mais novo e deu a ele a chance de estudar em Havard e ter o que os mais velhos não tiveram, uma educação de qualidade. Agora, Leon está de volta à ilha, prontíssimo para a vingança. Irá expulsar Kiron da ilha e humilhá-lo como fez com sua família no passado.
Às vésperas de colocar seu plano em ação, Leon, agora com 30 anos, descobre que Kiron tem uma filha, Melissa de 23 anos, e decide, sem conhecê-la, incluí-la em seu plano maligno. A ideia é seduzir a jovem e depois descartá-la à própria sorte.
Melissa Kalimontes
O que Leon não imagina é que a decisão de sua mãe, também tem reflexos diretos na vida de Melissa que, após a sua chegada, passou a ser tratada como empregada da casa, mesmo muito pequena. Bem ao estilo gata borralheira.
“Ninguém sabe, pelo menos ninguém além dos muros da mansão. Aqui sou apenas uma funcionária, sem pagamento é claro, não tenho nada que vá além de servir a mesa dele e a sua mulher.” (pág. 19)
Melissa é uma beldade, maltratada pelo pai e agora pela atual madrasta. Nunca desfrutou dos luxos da casa, e quando recebe a notícia de que terá que viver com o maior inimigo de seu pai, ela vê a possibilidade com medo, aflição obviamente, e também como esperança de sair do inferno em que vive.
Melissa é uma menina muito inocente, criada sozinha, sem amigos e pessoas em que pudesse confiar. Essa inocência de Melissa, é o ponto negativo da trama, que fará com que ela passe por vários momentos de insegurança, indecisão e submissão. Leon custará a acreditar que ela não é uma patricinha mimada ou que está fazendo parte de um plano maligno de seu pai. E com isso, ele fará algumas atrocidades com a moça, além das grosserias, como quando sem acreditar que ela não sabe nadar, ele simplesmente a solta no mar. Que ódio!
Alternando entre vilão e príncipe encantado, Leon vai se encantando pela pureza de Melissa, sua beleza e seu jeito simples de ser, já que a moça não parece muito interessada em sua fortuna, ela quer apenas ser livre e feliz.
Quem percebe de cara que Melissa é uma boa menina, são os funcionários de Leon. Logo ela se transforma na queridinha da casa. A interação com os funcionários: Ariana; Mira; Cristus e Thaís são sensacionais, ao ponto de eles virarem a cara para o patrão sempre que ele faz algo de errado com a moça.
Melissa também conquista facilmente a confiança e o amor dos irmãos de Leon, que curiosamente tem um pacto “os irmãos Stefanos nunca se casam”, embora sabemos que esse tipo de acordo nunca dá certo.
Aos trancos e barrancos os dois vão vivendo e construindo seu amor com as incertezas que rondam esse relacionamento. Leon achando que não deu escolha para Melissa, e ela achando que não o merece e que ele está com ela por dó. Assim, várias provas de amor e acontecimentos clichezão mesmo, de ciúme, desencontro de informações desses que a gente para o livro e fala alto “por que não conversam?” ou ainda “não é possível que isso vai acontecer”, vão norteando a trama até o tão esperando final feliz.
Um amor como vingança é uma leitura para quem curte o gênero e gosta de histórias de amor no estilo jornada, longos, com muitos acontecimentos, de seguir o personagem ao longo de vários anos, e vários livros.
A escrita da Mônica é descomplicada, fácil de ler, sem muito aprofundamento em detalhes (uma pena não investir nas descrições sexuais, mas entendo que faz parte do seu público-alvo). As cenas se desenrolam rapidamente, se resolvem e seguimos adiante à espera de novos dramas.
Gostei e quero ler os demais livros da série, saber como os irmãos Stefanos vão se render ao amor.
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