O Livro de Cada Um, da mineira Leida Reis, reúne 13 contos que remetem ao cotidiano. Histórias de gente como gente, tocando em assuntos da vida, nos fazendo repensar. Relacionamento, arrependimento, melancolia, sonhos e a busca por eles são alguns dos momentos que mais marcaram a leitura.
Ao longo do livro, a autora insere o leitor dentro de cenários diferentes, em contos não muito extensos, com personagens complexos e histórias surpreendentes. Confesso que alguns textos me atraíram mais que outros, mas, no geral, a leitura flui muito bem. Além disso, ponto positivo para as inserções de cenários belo-horizontinos. Tem Santa Teresa e Praça da Liberdade, meus pontos favoritos da capital mineira.
“Quando era pequeno, Tonho sonhava ser vendedor de enciclopédia. Ficava brincando de bola na rua de cima, a rua das mansões, e via quando passavam os vendedores imponentes com aqueles livros de capa dura que ele imaginava bem pesados, objetos valiosos, vez ou outra comprados pelas senhoras que atendiam às portas”
“O Roubo das Letras” (trecho acima) se tornou meu conto favorito do livro. A história é bem curtinha, mas é incrível a maneira como Leida fala do amor de uma mãe por um filho e o que o sentimento pode levar uma mãe a fazer. Tudo para ver o filho feliz.
O Livro de Cada Um é uma reunião de textos que merece atenção. A literatura adotada pela autora é rebuscada, elegante, com referências de autores e livros bem interessantes. Leida não se perde nos contos e usa a objetividade a seu favor.
Leida Reis é nossa autora do mês de agosto. Conheça mais sobre essa mineira de Patrocínio.