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[Resenha] O casal que mora ao lado – Shari Lapena

por Josi Gonçalves
5 minutos de leitura

O casal que mora ao lado –  Shari Lapena

“As pessoas são capazes de qualquer coisa” 

Caro leitor, sabe quando você vai lendo um livro e começa a se perguntar como o personagem pode estar fazendo aquilo, fazendo uma escolha que  está na cara que vai dar tremendamente errado, e você quer muito entrar dentro das páginas e dizer: “meu filho, isso vai dar merda!”? Pois então, é exatamente assim que você vai se sentir lendo o livro de estreia da escritora Shari Lapena, “O casal que mora ao lado”.

Capa livro

O livro foi lançado pela editora Record no ano passado e desde o evento de divulgação eu já fiquei super ansiosa pois adoro histórias intrigantes, e como a editora distribuiu uma pequena prévia com o primeiro capítulo do livro, eu já senti que ali tinha coisa que me agradava. E quando eu falo ‘coisa que me agrada’ eu quero dizer muito suspense, segredos, mistérios, vários suspeitos e por aí vai.

Na história um jovem casal, Marco e Anne, são convidados pelos vizinhos, que moram na casa ao lado, para um jantar só para adultos, com a estranha condição de que crianças não serão aceitas. Como eles têm uma filhinha de apenas seis meses, contratam uma babá para ficar com a menina, entretanto, bem em cima da hora, a babá avisa que não poderá ir e eles ficam na mão. Querendo muito que a esposa saia de casa, já que tem ficado muito reclusa desde o nascimento da bebê, Marco a convence de deixaram a criança sozinha em casa e, de meia em meia hora, darem uma olhada nela, e assim o fizeram. Quando o jantar finaliza e eles voltam pra casa, a porta da frente está entreaberta e o berço vazio.

Agora, toda a polícia está focada em investigar o rapto da menina. A imprensa cai matando em cima do casal que é execrado por ter tido a coragem de deixar uma bebezinha sozinha em casa. E os dois precisam lidar com a pressão do sumiço da filha, da investigação e dos mais escusos segredos pessoais e familiares que começam a vir à tona com a investigação e toda a tensão.

O livro é narrado por meio de três pontos de vista, em primeira pessoa. Os de Anne, Marco e do detetive encarregado do caso, Rasbach. Isso é um fator que faz com que o tempo todo estejamos muito cientes do que cada um está pensando, sobre as situações nas quais estão envolvidos. Além disso, faz com o que o livro tenha maior fluidez e se desenvolva rapidamente, sem ficar escondendo demais informações que podem ser entregues sem problema.

Por outro lado, eu senti que se o livro tivesse sido narrado apenas com um ponto de vista, poderia ter ficado mais misterioso e deixar o leitor ainda mais curioso. Quando não sabemos o que está se passando dentro da cabeça dos personagens é muitooooo fácil se enganar, se iludir com eles. E, se você gosta de um bom suspense, você sabe que a gente adora ser enganado. Eu amo ter certeza absoluta de quem é o assassino, por exemplo, e no final o autor chegar com os dois pés na voadora.

Diferente do convencional, mais ou menos do livro, a autora já te entrega um dos grandes segredos da trama: quem raptou a neném. E, acho que isso que nos deixa mais intrigados ainda pra chegar ao fim, descobrir o resto dos segredos e o porquê desta revelação no meio do livro. E isso é bom, porque se você for uma pessoa observadora, antes dela revelar o primeiro mistério, você já vai ter descoberto quem é o sequestrador. Sem falsa modéstia, eu descobri depois de poucos capítulos. É só juntar as pistas que ela dá.

Agora sobre a maneira que a autora escreve eu posso dizer que é totalmente alucinante. Ela não enrola em nada, nem em descrições de pessoas, ambientes ou situações. É totalmente objetiva e não fica escondendo informações para prolongar os fatos, ela já vai despejando tudo em cima de você. Essa é uma característica que considero super positiva, pois é uma das que mais influenciam uma leitura rápida e voraz. Além disso, os capítulos são muito curtos, e ficamos naquela: só mais um…

O final do livro guarda, além da ‘grande’ revelação, um segundo momento muito impactante. Ví muita gente falando que não gostou do que ocorre na última cena do livro, mas eu gostei muito. Não posso garantir que você vai gostar, mas garanto que você vai ficar surpreso!

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