O caso dos dez negrinhos – Agatha Christie
Se tem uma autora que sabe fazer suspense policial que prende o leitor, é Agatha Christie. A autora tem uma coletânea gigantesca de livros em que imperam a investigação e, claro, descobertas surpreendentes e sempre um vilão inesperado. “O Caso dos Dez Negrinhos” não foge ao estilo e tem uma narrativa ágil e intrigante, que flui rapidamente e nos deixa vidrados, tentando encontrar aquele detalhe que entrega o segredo da história. Não é atoa que este é o livro que nosso autor do mês de novembro (2017) Raphael Montes mais adora e que o inspirou na vida de escritor.
Em “O Caso dos Dez Negrinhos” que atualmente é editado como “E não sobrou nenhum”, dez pessoas desconhecidas são convidadas a passar um final de semana em uma mansão gigantesca e isolada em uma ilha. A única propriedade nesta ilha é essa casa, não há mais nada no entorno. Na primeira noite um megafone é ligado e uma voz recita o poema dos Dez Negrinhos. A partir deste momento, as pessoas começam a ser assassinadas misteriosa e sucessivamente e seguindo a mesma lógica do poema. Obviamente, além do medo que se instaura, ainda se inicia as tentativas frustradas de desvendar os crimes e a sensação que o inimigo pode estar ao lado, Literalmente.
Obviamente que tentei criar teorias e em um dado momento eu já tinha certeza que sabia o segredo da história. Mas quando cheguei ao fim, tomei um plot twist bem na cara. Que final surpreendente! Te garanto que você não vai adivinhar a identidade do assassino.
É um livro curto, com uma leitura muito rápida, que não enrola para entregar os acontecimentos e não deixa a desejar nas surpresas, no suspense e, claro, na revelação final.
Poema que é sempre mostrado a cada morte que ocorre:
Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir; não é biscoito!
Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão a Devon de charrete;
Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;
A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no fotro, a tomar ares;
Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no Zoo. E depois?
O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui está a sós, apenas um.
Ele então se enforcou,
e não ficou nenhum.
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