Ninotchka
Hoje vou falar sobre Ninotchka. Um filme muito “mofadinho”, mas ao mesmo tempo, muito atual. Fico impressionada em como Greta Garbo conseguia interpretar mulheres fortes e apaixonantes.
Passei 1h e 50 minutos com os olhos grudados na tela, apreciando o filme, o talento e a beleza de Garbo. Sempre que assisto algum filme da atriz, sinto um pouco da sua personalidade no papel e, isso é maravilhoso!

Ninotchka é um dos últimos filmes dela, que se isolou da vida pública, levando uma vida mais reclusa, até a sua morte. Em Ninotchka, Greta interpreta uma agente soviética, enviada para Paris com o objetivo de analisar a conduta e o trabalho de outros três soviéticos, que haviam sido enviados para Paris, em uma missão importante do governo. Ninotchka acaba se envolvendo com um homem parisiense e de certa forma, se encantando pelos luxos e pela vida ocidental.
O filme possui excelentes diálogos, engraçados e inteligentes. A personagem de Ninotchka, com sua personalidade forte, desembarca em Paris convicta de seus ideais e da sua luta. E, Garbo, rouba toda a cena possível!

– “Por que você deveria carregar a bagagem de outras pessoas?”
– “Bem, esse é meu trabalho, Madame.”
– “Isso não é trabalho. É injustiça social.”
– “Depende da gorjeta.”
Seu relacionamento com Léon é o ponto alto do filme, porque o Conde representa tudo o que Ninotchka abomina no mundo. O embate entre o capitalismo e o regime socialista, faz com que o filme seja engraçado. De um lado, temos os ideais convictos soviéticos, de outro, a vontade de permanecer em um quarto de hotel de luxo, usar roupas ocidentais e comer o que tem de melhor em Paris.
– “Tenho vergonha de pôr uma foto de Lênin num quarto destes.”
Ninotchka era uma mulher fria, que se expressava de forma técnica e séria. Sempre preocupada com a sua missão e com o futuro do seu país. Diante disso, seu romance com Léon se torna quase impossível. Ambos pertenciam a mundos completamente diferentes.
– “Nós não temos homens como você no meu país.”
– “Obrigado.”
– “É por isso que acredito no futuro do meu país.”
Os personagens mudam com o decorrer da trama e isso fica expresso em pequenos gestos e ações, como por exemplo, as mudanças de roupas e dos chapéus usados. Assim como o comportamento da personagem principal, que se torna mais leve e menos sisuda.

Não posso deixar de falar que o filme tem um tom crítico. Ninotchka se torna uma crítica leve dos dois sistemas, tanto o socialista, quanto o capitalista. Mas, no final, percebemos que a crítica ao sistema socialista predomina.
O talento da atriz se torna ainda mais evidente, diante de todas as mudanças sofridas pela sua personagem. E a história de amor entre Ninotchka e Léon, é encantadora, por causa da interpretação de Garbo e do ator Melvyn Douglas.
– Que tipo de garota você é, afinal?
– A que você vê. Uma pequena engrenagem na grande roda da evolução.
– Você é a engrenagem mais adorável que eu já vi.
Assistam, garanto ótimos diálogos e boas risadas.
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