Você já ouviu falar que Marilyn Monroe gostava de ler? Sim, ela era uma leitora, apaixonada por livros. Durante a vida da atriz, os meios de comunicação e os estúdios associaram a ela, a imagem de uma mulher alegre e voluptuosa, muitas vezes às custas de mostrá-la como uma mulher boba e tola. Repare os papéis em seus filmes, na sua grande maioria, ela é apresentada como a loira exuberante,
sexy e muitas vezes, tola. Não havia lugar para uma Marilyn intelectualizada ou melancólica. Portanto, apresentar essa Marilyn, um pouco desconhecida, é sempre um prazer.
Marilyn adorava os livros clássicos, tinha uma biblioteca repleta deles. Sem falar que, anos após a sua morte, vários textos, poemas e pensamentos de sua autoria, foram encontrados. O fato da atriz ser apaixonada pela literatura, ainda surpreende quem ficou marcado ou preso pelos clichês transmitidos pelos filmes que ela protagonizou ou pelas informações transmitidas pela mídia. Alimenta-se muito a imagem da Marilyn sexy, mas é deixado de lado, a imagem da Marilyn, que era dona de uma biblioteca de dar inveja.
Além da biblioteca particular, ela também possuía alguns cursos em seu currículo. Marilyn inclusive relatou que frequentou a Universidade de Los Angeles, para realizar um curso de História da Literatura. Sua biblioteca tinha mais de 400 títulos. Podiam ser encontradas obras de escritores como: Milton, Dostoievski, Whitman, Hemingway, Beckett e Kerouac.
“(…) eu não era vista em nenhuma estreia, nenhuma coletiva de imprensa, nenhuma recepção. É simples: eu ia à escola! Eu nunca pude terminar meus estudos, então, ia à Universidade de Los Angeles. À noite. Durante o dia, eu ganhava minha vida com pequenos papéis nos filmes. Fazia curso de história da literatura e de história deste país. Eu lia muito, grandes escritores.” Marilyn, em entrevista ao jornalista Georges Belmont, 1960.
Em seus textos pessoais, podemos encontrar uma Marilyn que toma nota de suas leituras, de seus sentimentos e pensamentos mais profundos. Inclusive, temos acesso ao seu desejo de um dia, interpretar personagens de Shakespeare.
Ainda hoje, Marilyn aparece em vitrines de lojas, estampas de marcas famosas e produtos de beleza. Sua imagem está totalmente vinculada ao campo da beleza, como uma grande referência que, após décadas, não sai de moda. Mas pra mim, após descobrir esse lado de Marilyn tão profundo, acredito que seus escritos, sua paixão pela leitura, sua paixão pela arte, seus pensamentos e sentimentos, descritos nas suas inúmeras folhas de papel, é que a fazem permanecer mais viva do que nunca.
Fonte: Fragmentos: Poemas, anotações íntimas e cartas de Marilyn Monroe.
Tenho outra postagem, aqui na coluna “Mofinhos”, confira: Tenho gostos peculiares