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Bom dia, Verônica: uma leitura angustiante e impactante, mas não mais que a série da Netflix

por Elis Rouse
4 minutos de leitura

Bom dia, Verônica: uma leitura angustiante e impactante, mas não mais que a série da Netflix

A experiência de leitura do livro Bom dia Verônica, agora com a autoria revelada, dos mestres do suspense policial, Raphael Montes e Ilana Casoy, foi totalmente diferente do que eu costumo seguir, vi a série, antes de ler o livro. 

Em outubro de 2020, fui impactada pelo primor da adaptação da Netflix. Gostei muito e encarei a leitura, quase um ano depois, em busca de respostas para algumas pontas soltas deixadas pela série e, como boa leitora que sou, fiz uma leitura minuciosa em busca de críticas para endossar que o livro, invariavelmente, é melhor que a sua adaptação.  

Mas para minha surpresa não é… e vou explicar direitinho o porquê. 

Ambas as obras carregam em sua essência o macabro, a monstruosidade da violência em diversas facetas, a sede de justiça de uma personagem preterida a uma odiosa vida monótona.

A série tem mais movimentação, ação e suspense, obviamente por dar vida e emoção a uma história bizarra. Além disso, a adaptação levanta a discussão de pautas importantes, que não foram esmiuçadas no livro, como a violência contra a mulher no Brasil, com dados atuais. 

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Sobre a história: Verônica é uma escrivã da Polícia Civil de São Paulo e faz trabalhos burocráticos para o chefe da delegacia. Ela foi parar nesse cargo após uma tragédia familiar, em que perdeu pai e mãe, em seguida tentou tirar sua própria vida. Sua sanidade e capacidade de ação são sempre algo de dúvidas em diversos momentos da trama.

Porém, Verônica seguiu sua vida, casou-se, teve dois filhos e uma família de aparência. A infidelidade é uma constante, assim como o desejo de mudar de vida. 

“Não bastasse a sensação horrível de ser a pior policial do mundo, a mãe mais ausente e a esposa mais burra, o velho tinha resolvido arrancar meu coro.” (pág. 228)

Nesse cenário, dois grandes casos, literalmente, caem em seu colo — ambos têm como alvo mulheres: estelionatário/necrófilo e outro um serial killer. 

Como nada no universo literário e das séries segue uma lógica, Verônica encara esses dois casos com o mínimo de ajuda possível. E claro, ela não é a Mulher-Maravilha. É uma humana, com obrigações reais, como com as atividades diárias de seus filhos, dramas e dilemas, que, infelizmente, nesses casos, podem custar a vida a alguém.

Verônica é determinada, porém zero experiente e comete erros grotescos, como deixar a gaveta de pistas de um serial killer aberta. 🤡

“… eu sentia que aquele caso era só meu e eu não gostava da ideia de dividir o sucesso com ninguém. Era minha grande chance de sair das sombras. Primeiro eu prendo, depois eu conto.” (pág. 129)

Quem esperava que a Verônica do livro fosse uma super-heroína, impecável e eficaz em salvar as mulheres inocentes, vítimas desses dois monstros, se decepcionou. Assim como na série, a inexperiência de Verônica custa caro e, por isso, a segunda temporada, já em gravação pela Netflix, é tão esperada. Isso porque ela vai além da trama literária e promete uma justiça necessária e válida para os criminosos, além de uma justa redenção para a nossa protagonista.

Bom dia, Verônica é uma história traçada por dois mestres do gênero policial nacional: Ilana Casoy e Raphael Montes, que também assinam a produção da série e o foco nos detalhes cruciais para deixar a trama na medida e agradar além dos fãs do gênero. 

Vale a leitura e vale mais ainda assistir à série. 

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1 comentário

melequias 18 de julho de 2023 - 17:36

falou falou e não falou nada.

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