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[Resenha] – Assassinatos na Academia Brasileira de Letras – Jô Soares

por Denielson Gonçalves
3 minutos de leitura

Jô Soares usa muitas charadas para desvendar os “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras” 

A vontade de se tornar um imortal na Casa de Machado de Assis, no Rio de Janeiro, fez com que muitos postulantes pedissem favores, soubessem de segredos e utilizassem de outros métodos para ter o desejo alcançado: tornar-se um imortal na Academia Brasileira de Letras. Um dos últimos a ingressar no Petit Trianon foi Belizário Bezerra, um importante político pernambucano. Bezerra entrou para a academia com a obra ‘Assassinatos na Academia Brasileira de Letras’, uma ironia! Quem poderia imaginar que ele seria assassinado em sua posse?

A história se passa no Rio de Janeiro, em 1924, quando uma série de assassinatos contra os imortais da Academia começam acontecer. Tudo muito misterioso, já que o assassino utiliza de técnicas ainda não conhecidas, um espetacular e perigoso veneno que corrói os órgãos de forma rápida. E por que os imortais da academia? Por que os ‘crimes do penacho’, como ficaram conhecidos os casos, aconteceram após o lançamento do livro de Bezerra? Seria uma ironia? Quem é o assassino misterioso? Quem é ‘Brás Duarte’? E que raio de pássaro é aquele no bilhete deixado para o comissário Machado Machado?

O livro é o terceiro de Jô Soares, publicado em 2005, pela Companhia das Letras, tem uma história bem interessante. O enredo da obra é composto por um assassino em série, corrupção, romance e humor. Jô retrata o Rio de 1924 e nos conta a investigação realizada por Machado Machado, um comissário de polícia, que tem o nome em homenagem a Machado de Assis, de quem o pai, Rubino Machado, era fã e de seu amigo legista, Gilberto de Pena-Monteiro. Os dois tentam descobrir porque um assassino em série resolveu matar os imortais da academia. Nada mais irônico: imortais sendo mortos um a um…

O livro lança mão de charadas durante a história. Não é impossível aos mais atentos descobrir quem é o assassino. Em certo momento, uma frase, deixa o culpado escancarado, mas apenas os mais atentos vão perceber essa dica. Audacioso, caricato, trapaceiro, engraçado, já que deixa pistas em latim, (um assassino que usa uma língua morta! Um deboche!) e altamente perigoso. Assim é o assassino. O enredo mostra a criação de um crime ‘quase’ perfeito, difícil de descobrir e de surpreendente desfecho. Ah sim, o assassino tem seus motivos para cometer os crimes, mas a pergunta que fica é: Quem é Brás Duarte?

Por falar em Machado de Assis, você sabia que o escritor tem um portal dedicado a ele, onde é possível conhecer e baixar as suas obras? Vem ver

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