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Asa Jackson é a personificação de tudo de ruim que um relacionamento abusivo pode ser

por Elis Rouse
4 minutos de leitura

Asa Jackson é a personificação de tudo de ruim que um relacionamento abusivo pode ser

Mesmo sendo o vilão, Asa Jackson é o grande destaque do livro Tarde Demais da autora americana Colleen Hoover.

Nem sempre um relacionamento abusivo retratado na literatura traz de fato aquilo que vemos diariamente na vida real. Os sinais, as principais características estão lá, entretanto a possibilidade de transformar essa relação abusiva em amor verdadeiro, é o mais recorrente e mais perigoso.

O Asa Jackson é a personificação de tudo de ruim que um relacionamento abusivo pode ser. Ele é a realidade cruel que muitas mulheres, INFELIZMENTE, são submetidas em todo mundo. E a Colleen Hoover acertou em cheio em não romantizar essa relação.  

É vilão que você quer @? Conheça então Asa Jackson!

Em Tarde Demais, Colleen traz à tona o relacionamento entre o traficante Asa Jackson, a jovem Sloan e o recém-chegado à cidade Carter. A princípio, um triângulo amoroso como outro qualquer, não fosse a situação em que Sloan vive com Asa. É um relacionamento extremamente abusivo que choca pela riqueza dos detalhes, a passividade de Sloan e a frieza e naturalidade de Asa, brilhantemente descritos pela autora. 

Sloan depende financeiramente de Asa para manter os cuidados de saúde do irmão mais novo. A relação dos dois consiste em sexo sem o consentimento enquanto ela está acordada ou dormindo, violência e constantes humilhações.

Sobre viver em um relacionamento abusivo, a ficha dela já caiu faz tempo. Sloan é bem lúcida em relação a Asa, e tem a perfeita consciência de que o que vive com ele é tão errado quanto perverso. Mas tem em mente que faz isso pelo irmão, já que ambos não teriam para onde ir sem a ajuda financeira dele.

E assim ela vai vivendo e suportando os abusos físicos e psicológicos dia após dia, a ponto do leitor se indignar, enquanto ela mesma não toma nenhuma atitude efetiva para se livrar dele. Até que conhece Carter, um policial infiltrado que tem a missão de prender o perigoso traficante.  

Asa Jackson é a parte mais instigante da história. E a Colleen carregou a mão na maldade. Com uma naturalidade excessivamente anormal, ela nos insere na mente do mal. Não sei descrever exatamente o que ele é, senão uma versão do próprio demônio, entre mil outras faces que se revelarão a todo momento.

Primeiro que Asa já carrega o estereótipo de vilão perfeito: é um traficante que comanda, dentro de uma universidade, o maior esquema de drogas que os EUA já viram. Suborna os professores para ter boas notas sem frequentar a faculdade. É um estuprador, abusador, violento, manipulador, mentiroso e usuário de drogas.

Por mais que a autora tente justificar suas ações apresentando vários capítulos onde ele relembra o passado com o pai esquizofrênico e também assassino, que dava conselhos a Asa quando criança como “se não é vantajoso para você, não deveria importar porra nenhuma”. Mesmo assim, Asa não me enganou. Todos os diversos clímax da história, e as mais variadas reviravoltas, vêm justamente da esperteza e inteligência dele. Ele tem problemas mentais sim! Mas sabe manipulá-los ao seu favor.

Leia a resenha completa aqui.

Quando li o livro estava assistindo a excelente série Good Girl, então quando a Colleen descreveu o Asa automaticamente associei a imagem ao do personagem Rio interpretado pelo ator Manny Montana. 

Vilões aterrorizam e assombram qualquer história, mas sem eles será que teria a mesma graça? Confira aqui outros vilões literários

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