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[Resenha] – A verdade sobre caso Harry Quebert – Joël Dicker

por Josi Gonçalves
3 minutos de leitura

A verdade sobre o caso Harry Quebert

Um livro bom e ruim ao mesmo tempo, consegue entender? Esse é o caso de “A verdade Sobre o Caso Harry Quebert”, um romance policial/investigativo do escritor suíço Joël Dicker, entretém e até instiga, contudo não consegue passar do ‘morno’. Em momento nenhum ele de fato ferve.

Na história, Marcus Goldam é um jovem escritor que lançou o primeiro livro e, primeiro clichê: o livro se tornou um best-seller mundial.  Agora, Marcus está sendo pressionado por seu editor para entregar o segundo livro e, clichezão 2: Marcus está totalmente sem inspiração, com o famoso bloqueio criativo.

Em busca de inspiração, Marcus deixa NY e segue para a cidadezinha onde mora seu antigo e grande mentor, Harry Quebert, mas por uma trágica coincidência, logo após sua chegada, o corpo de uma adolescente que já namorou Harry no passado é encontrado enterrado em seu jardim. Este é o ponto de partida do livro e da busca incessante de Marcus para provar que seu professor é inocente, mesmo que tudo comece a mostrar o contrário.

É um livro fácil de ser lido e, como passatempo, eu recomendo. Vou estruturar assim: motivos pelos quais eu gostei e pelos quais não gostei. As coisas boas do livro estão relacionadas à sua leitura fácil e a construção do relacionamento entre Harry e seu pupilo. A maneira como o texto é estruturado também é interessante, sempre mostrando os dias atuais e o passado, durante o relacionamento de Harry e Lola (a menina no jardim). Esse relacionamento é construído de uma maneira tão legal e é tão lindo, que você torce pelo casal, mesmo sabendo que a garota não está mais viva. Outro ponto positivo é uma incrível intertextualidade que você vai entender lá no final, infelizmente as coisas boas param por aí. 

Dentre os pontos negativos acho que o que mais pesa é a ‘encheção de linguiça’. Temos um livro de quase 600 páginas que caberia muito melhor em, no máximo, 300. Muitas e muitas páginas de conversas sobre como ser um bom escritor, lotadas de lugares comuns, que enchem o saco. O autor se delonga demais em momentos que não têm nenhuma importância para a história, e isso torna o livros, por vezes bem cansativo. 

Outro fator, que contou muito, pelo menos pra mim, foi a construção do plot final, que é bem mediano. Eu tenho adoração por livros que me enganam, me fazem passar o tempo inteiro bolando mil teorias e ao fim perceber que fui terrivelmente enganada, contudo isso só é bom, quando é feito de maneira inteligente. A maneira como o escritor construiu a grande revelação final foi de maneira que você é pego de surpresa, mas não de um jeito bom. 

Mesmo com seus problemas, é um livro interessante que leva a investigação muito bem. Algumas pistas são deixadas ao longo do texto, mas eu aposto que você se dará conta apenas depois da revelação. Em suma, vale a pena como passatempo. 

No Resenhando você encontra resenhas de todos os gêneros literários.

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6 comentários

Fábio Nascimento 5 de setembro de 2018 - 12:32

Olá!
Achei interessante quando vc escreveu “Eu tenho adoração por livros que me enganam, me fazem passar o tempo inteiro bolando mil teorias e ao fim perceber que fui terrivelmente enganada…” e fiquei curioso para conhecer obras assim. Poderia indicar, por gentileza, os livros que te fizeram se sentir assim?
Obrigado!

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Thalita 6 de setembro de 2018 - 16:25

Também me interessei por isso… gostaria de saber quais outros livros são assim.
Estou terminando de ler a verdade sobre o caso Harry Quebert.

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Thalita 6 de setembro de 2018 - 21:25

Terminei de ler o livro, e gostei.
Me lembrei de um livro que é nesse estilo. Você acha que sabe o que está acontecendo, e o final surpreende.. chama ‘por trás de seus olhos’, de Sarah Pinborough. Vale a pena a leitura.

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Josi Gonçalves 10 de setembro de 2018 - 11:32

Oiii, Thalita! Obrigada pelo comentário! Vou te indicar os mesmos que indiquei ao Fábio: Suicidas, Raphael Montes; O Caso dos dez negrinhos e Assassinato no Expresso do Oriente, da Agatha Christie ( essa é rainha em surpreender a gente); Objetos cortantes, O Adulto e Garota Exemplar da Gillian Flynn, nesse último eu já tinha certeza do que tinha acontecido, até que virei uma página. Se eu lembrar de mais, comento aqui pra você! Bjs!!

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Elis 14 de setembro de 2018 - 16:47

Leia “O anjo da escuridão” de Sidney Sheldon.

Responder
Josi Gonçalves 10 de setembro de 2018 - 11:34

Oiii, Fábio! Obrigada pelo comentário! Alguns nesse estilo que você gostou são: Suicidas, Raphael Montes; O Caso dos dez negrinhos e Assassinato no Expresso do Oriente, da Agatha Christie ( essa é rainha em surpreender a gente); Objetos cortantes, O Adulto e Garota Exemplar da Gillian Flynn, nesse último eu já tinha certeza do que tinha acontecido, até que virei uma página. Se eu lembrar de mais, comento aqui pra você! Bjs!!

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