Livros x Adaptações: A Cabana
Às vezes até dói o coração ter que dizer isso, mas sim! Existem produções audiovisuais que são melhores do que os nossos queridos e amados livros. Engraçado que quem leu o livro já vai assistir ao filme com certo “preconceito”. Procurando defeitos para justificar que o livro é mil vezes melhor que o filme, por exemplo.
Há casos em que a fidelidade nas produções é mantida e as obras se completam. E casos em que o filme surpreende e simplesmente supera o livro. Assim aconteceu com tantos outros e não foi diferente com– A Cabana.
A Cabana, William P. Young (2007) é o tipo de livro, ame ou odeie, que a maioria dos leitores acham que tem que ter no currículo literário só porque é famoso e todo mundo leu.
Eu li, gostei muito do propósito e da mensagem final. Mas foi um dos livros que mais demorei a ler, não por ter uma linguagem complicada ou por ser difícil de assimilar a história, mas as descrições “ultradetalhistas” dos ambientes e das cenas me incomodaram muito.
Os longos diálogos que muitas vezes não levavam na nada, não me prenderam e pelo contrário, me deram muita preguiça e sono. Terminar o livro foi questão de honra pra mim, mas sei que muita gente não conseguiu chegar ao final. Tá aí o Skoob que não me deixa mentir quando mostra que mais 13 mil pessoas abandonaram o livro.
A Cabana, conta a história de Mackenzie, um homem casado, pai de três filhos que vivia sua vidinha comum, até que a filha mais nova é sequestrada, violentada e morta, durante um passeio da família. Os sinais de tamanha violência contra uma criança são localizados pela polícia dentro de uma cabana abandonada, mas o corpo não é encontrado. Mackenzie se culpa por ter deixado a filha sozinha e também a Deus por deixar que tamanha crueldade aconteça com pessoas inocentes.
O terrível crime deixa marcas profundas em todos os membros da família e sobretudo em Mack que se isola. Mas, um convite inesperado, vai dar a ele todas as respostas que vem procurado desde a morte da filha.
Quatro anos depois da tragédia Mack recebe um convite misterioso, que o leva de volta a misteriosa cabana. Lá, ele tem a chance de encontrar pessoalmente com Deus, Jesus e o Espírito Santo, e principalmente se encontrar em meio a tanta amargura e reconstruir a sua fé.
Confira o trailler:
No filme os produtores conseguiram manter a fidelidade das 232 páginas do livro com a representação dos cenários divinos de forma suave e agradável de se ver. Os diálogos são enxutos e pertinentes e fizeram mais sentido vendo do que lendo, principalmente nas cenas envolvendo Jesus, vivido pelo ator israelense Avraham Aviv Alush. Ele conseguiu dar a leveza e o bom humor que o personagem apresenta no livro.
O destaque do filme fica por conta da brilhante atuação da atriz americana Octavia Spencer como o personagem Papai (Deus). Gostei muito da firmeza com que ela passou os ensinamentos e de como conseguiu desmistificar a aparência de Deus, uma proposta que se apresenta também no livro.

Cena do filme
O filme cumpre bem o seu propósito, alcançamos a mensagem chave da história de “que é preciso ter fé para perdoar e seguir em frente”, em menos tempo e com menos esforço do que lendo.
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