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9 e 1/2 Semanas de Amor

por Meyre Ellen Carvalho
3 minutos de leitura

9 e 1/2 Semanas de Amor

Se nos anos 2000 a mulherada queria encontrar um Sr. Grey, na década de 80 todas queriam viver um romance erótico como o de 9 e 1/2 Semanas de Amor.

O filme foi um sucesso e fazia a mulherada suspirar pelo Mickey Rourke. E mal sabiam elas que o romance da história não foi bem daquele jeito, e que o caso de apenas 9 e 1/2 semanas foi um relacionamento sado, muito antes do de Christian e Anastasia.

Esqueça tudo que você sabe sobre essa história porque o filme se distancia demais do livro. A primeira coisa que você precisa saber é que essa história é um relato real da autora Elizabeth McNeill, que usou de um pseudônimo para contar um caso amoroso que ela viveu na década de 70.

O livro é narrado em primeira pessoa e nada se assemelha a narração dos famosos livros eróticos atuais, não há enrolação e descrições romantizadas, é tudo descrito de forma direta, mas consegue te envolver e fazer com que você queira saber cada vez mais o que vai acontecer.

Elizabeth em nenhum momento nomeia o seu amante ele é apenas tratado como ele, descobrimos o que ele veste, o que come, o que lê e suas preferências sexuais, com que ele trabalha e como ele é, mas nunca sabemos seu nome. Essa incógnita nos instiga e quando vemos que ele pode ser qualquer homem que passa pela rua, o livro se torna mais interessante ainda.

A maneira como as memórias vão sendo expostas, vemos a entrega de Elizabeth e já começamos a prever que uma hora ela não vai aguentar tudo aquilo e se perder naqueles jogos. E quando eu digo jogos, não pensem que são apenas 10 cintadas na bunda, são humilhações, lágrimas, marcas e sangue. Ele é masoquista, gosta de ver sua parceira sentir dor.  Gosta de jogos, de obediência, de algemas, vendas e de cuidar. Mas os cuidados não são visto como uma devoção e paixão é como se ele tivesse tirando todo o poder que ela tem sobre seu corpo, ela não faz nada sem ele. O amante domina a mente e o corpo dela, ele é um completo dominador e ela sua submissa.

Gostei muito do livro que mostra o quanto um relacionamento tão intenso pode ser prejudicial, diferente dos diversos livros eróticos atuais, em que todo esse envolvimento é encarado como algo natural e saudável. Em apenas dois meses você não ama ninguém, você apenas se apaixona, e com Elizabeth foi isso que aconteceu. Ela se apaixonou, ficou obcecada, envolvida totalmente pelos jogos de sedução e humilhação, e acabou não aguentando tudo aquilo. Daqueles livros para você ler e entender de verdade o que é o sadomasoquismo.

Mesmo eu gostando muito da maneira crua que o livro relata esse relacionamento, não consigo deixar de gostar do filme que é bem romantizado, mas que no fundo mostrou que aquele nível de envolvimento é doentio, sem deixar de ser um ótimo filme de romance. Na verdade, não consigo decidir qual dos dois é melhor, mas com certeza que o filme ganha mais pontos por conta da trilha sonora e a questão visual.

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