Dica de leitura com Bruno Gouveia da banda Biquini Cavadão

O líder da banda Biquini Cavadão, Bruno Gouveia, conversou  com o Literalmente, UAI sobre a importância do hábito de leitura. “Não li tudo que eu queria, mas acho que tive o prazer de ser apresentado a muitos autores e autoras excelentes”, diz. Um deles é ninguém menos que Gabriel Garcia Marquez, símbolo da literatura latinoamericana. “O Amor Nos Tempos do Cólera foi a obra mais marcante que li. Me identifiquei muito com o personagem Florentino Ariza. A ideia de um amor idealizado por décadas e consumado na velhice me emocionou a ponto de ter pena de acabar o livro. Li aos 20 anos e nada me marcou tanto, é o que indico para todos. Em um  mundo em que tudo é tão efêmero, acreditar que estamos aqui para viver um grande amor, mesmo que isso leve tempo, pode mudar nossa impressão da vida”, conta.

Imagem: Lorena Nicácio

Bruno foi alfabetizado aos quatro anos de idade e seu gosto pela literatura começou ali mesmo. “Minha mãe ensinava adultos a ler na cidade onde morava. Invariavelmente, estava perto dela e acabava aprendendo os conteúdos. Logo passei para as histórias, os gibis, os romances”, lembra. Ele reconhece em Fernando Sabino, também mineiro, a excelente capacidade de contar histórias: “Seus livros conversam comigo como um confidente”, comenta.

Em um país conhecido por baixos índices de leitura, o vocalista é otimista quanto ao futuro, mas pondera: “Dependemos da educação para melhorar este cenário. Enquanto a alfabetização, a valorização do professor e a formação das crianças não forem consideradas prioridades, o caminho será árduo”, analisa.

Durante um tempo, Bruno manteve um blog no site da banda. Lá, ele contava sobre o que estava assistindo, lendo e ouvindo. Um dos textos mais repercutidos e emocionantes é o poema “Partida”, dedicado ao filho Gabriel, que morreu aos 2 anos, em um acidente de  helicóptero, em 2011. Cada estrofe traz à tona as emoções mais singelas de um pai. “Acho que só sei chorar palavras, e foi o que fiz naquele momento tão triste”, relata.

Imagem oficial site Biquíni Cavadão

A relação entre música e literatura ainda é vista com desconfiança por algumas pessoas. Para Bruno, é inadmissível que esta primeira não seja considerada manifestação cultural. “Não há incentivos e isenção de impostos para a venda de discos como há nos livros. Ainda assim, o grande público talvez conheça boa parte da antologia poética de Vinicius de Morais por meio de suas músicas, mais até que da leitura de seus poemas”, comenta.

O vocalista deverá lançar, ainda este ano, sua autobiografia. O material pretende proporcionar aos leitores uma experiência que extrapola as páginas físicas. “Eu busco fazer uma fusão do que está na internet e o que está no papel através de QR Code. Assim, quando as pessoas usarem os celulares para verem os códigos, terão um anexo com mais dados, incluindo músicas, fotos e vídeos, entre outras surpresas. É um rodapé na nuvem, como eu gosto de falar”, conta.

Para acompanhar o trabalho de Bruno e da banda Biquini Cavadão, acesse o site oficial.

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